Em Paris e em toda a França, manifestantes exigiram justiça para o jovem Nahel, de 17 anos, assassinado à queima-roupa pela polícia | Foto: AFP

Dezenas de milhares de franceses, de mais de 120 cidades, marcharam no último sábado (23) contra o “racismo sistêmico e a violência policial” e para reivindicar justiça social e liberdade”. Os protestos ocorreram para lembrar os três meses do assassinato à queima-roupa do adolescente Nahel, de 17 anos, por um policial no bairro de Nanterre. A execução covarde desencadeou uma série de manifestações massivas em repúdio a episódios que têm se repetido com cada vez mais frequência.

Na convocatória, as organizações denunciaram “a política regressiva que favorece a extrema direita e atropela cada vez mais as nossas liberdades públicas, o nosso modelo social e o nosso futuro diante do colapso ecológico”.

Durante a onda de protestos, os participantes entoaram proclamações como: “Justiça para Nahel”, “Polícia em todo o lado, justiça em lado nenhum” e “Sem justiça não há paz!”. Ao mesmo tempo, os manifestantes reivindicaram a revogação de uma lei de 2017 que autoriza os policiais a atirarem com armas de fogo caso considerem que estão ameaçados.

Embora os atos tenham transcorrido de forma tranquila, houve confrontações em algumas cidades. A mais grave foi registrada em Paris, onde um policial sacou sua arma e apontou para a multidão. O carro patrulha teria sido atacado com barras de ferro e, quando o veículo foi bloqueado, um agente teria perdido o controle, saído pela porta de trás e investido contra os manifestantes. Diante da provocação, várias agências bancárias tiveram seus vidros despedaçados.

De acordo com informações divulgadas pela Polícia à rede de televisão BFMTV, há agentes feridos, ainda que não haja confirmação oficial, nem informação sobre o estado em que se encontram.

Entre outras organizações, convocaram as “marchas unitárias” entidades estudantis, populares e sindicais, como a Confederação Geral de Trabalhadores (CGT), o Sindicato do Judiciário, os Amigos da Terra, a Planificação Familiar, o SOS Racismo, além do movimento França Insubmissa.

Oficialmente, o Ministério do Interior mobilizou cerca de 30 mil policiais e forças militares de 150 unidades móveis, além dos “serviços de inteligência”.

Fonte: Papiro