Lula quer levar internet a todas as escolas públicas do País até 2026
O Brasil possui uma expressiva rede de 138,4 mil escolas públicas, conforme o MEC (Ministério da Educação). Porém, 40,1 mil não têm tecnologia para acesso à banda larga, 42,7 mil não têm acesso à internet em parâmetros adequados de velocidade ou disponibilidade e 4,6 mil não tem nem mesmo rede de energia elétrica.
Para levar internet a todas as instituições públicas de ensino do País e democratizar esse direito até 2026, o governo Lula anunciou nesta terça-feira (26), no Palácio do Planalto, em Brasília, o programa Estratégia Nacional de Escolas Conectadas. A iniciativa – que integra o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) – tem orçamento estimado em R$ 6,5 bilhões, a serem destinados a governos estaduais e municipais, por meio de convênios.
Segundo Lula, a proposta é contribuir para “uma sociedade mais justa, mais humanista e mais solidária”, com a inclusão digital. “Depois desse lançamento, posso afirmar ao povo brasileiro que a partir de 2026 a gente vai ter outro país”, afirmou Lula durante o programa Conversa com o Presidente, sua live semanal, transmitida na manhã desta terça. Esse Brasil, de acordo com ele, será “um país mais bem informado, mais conectado, com as pessoas recebendo conteúdo em mais quantidade e mais qualidade”.
Outra preocupação do governo é aproveitar a ampliação da conectividade para avançar na luta contra a desinformação. “A gente quer combater a mentira, as fake news. Quer que as pessoas sejam tomadas pelo simbolismo de uma sociedade verdadeira, de uma sociedade que pensa com o coração, que seja mais solidária”, reforçou Lula. “Estou jogando muitas fichas nesse projeto de escolas conectadas.”
A inclusão será possível graças a uma parceria do MEC com o Ministério de Minas e Energia, que fornecerá placas solares. De acordo com o governo, cerca de 80% das escolas sem energia estão concentradas no Norte e Nordeste.
À tarde, o ministro da Educação, Camilo Santana, concedeu entrevista coletiva para detalhar este e outros projetos do MEC. Ele afirmou que unidades básicas de Saúde (UBSs) próximas às escolas públicas também serão contempladas com internet de qualidade.
“Não é só ter a internetzinha lá, com baixa velocidade. É que tenha equipamento – que pelo menos tenha um laboratório de informática, tablet, wi-fi na escola”, exemplificou o ministro. “Tem escola que tem conectividade, mas só na sala do diretor da escola – não tem acesso para o professor e para o aluno. O objetivo da internet é o professor poder passar um vídeo. Às vezes a qualidade da internet não permite baixar um vídeo para passar para os alunos.”
Santana chamou o princípio do programa de “cidadania digital”. Em sua opinião, “é importante que o aluno e que as pessoas saibam usar a internet, as plataformas digitais, com fins para o bem, não para o mal como a gente vê tanto nesse submundo da internet”. A Estratégia Nacional de Escolas Conectadas ainda será articulada com outros projetos, como o Programa Escola em Tempo Integral e a Política de Alfabetização na Idade Certa.