A Gazprom já havia anunciado o término da construção do Nord Stream II | Vídeo

Nesta terça-feira, 26 de setembro, se completa um ano das explosões dos gasodutos Nord Stream I e II. Através do número I, a Rússia abastecia a Alemanha por baixo do Mar Báltico e o número II, estava pronto para ter o fluxo inaugurado.

Municiado por suas fontes, o premiado jornalista investigativo Seymour Hersh, revelou que o governo Biden, usando elementos da CIA (Agência Central de Inteligência), foi o responsável pelo atentado.

Além de sua participação no caso Watergate, que levaria à renúncia de Nixon, Hersh ganhou o Prêmio Pulitzer em 1970 por ter revelado ao mundo os pormenores do histórico massacre de Mỹ Lai, ação covarde em que soldados estadunidenses chacinaram entre 300 e 500 civis.

De acordo com informações obtidas pelo jornalista, “a administração Biden explodiu os gasodutos, mas estas ações não tiveram nada a ver com vencer ou acabar com a guerra na Ucrânia”, mas sim “por causa do receio da Casa Branca de que a Alemanha hesitasse em cortar o fluxo de gás russo e que Berlim, e depois a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) caíssem, por razões econômicas, sob a influência da Rússia e dos seus vastos e baratos recursos naturais”. Foi daí, sustenta Hersh no seu artigo na plataforma Substack, que teria surgido “o principal receio: que os EUA perdessem a sua primazia de longa data na Europa Ocidental”.

ELIMINANDO VESTÍGIOS

“Os homens e mulheres estadunidenses que viajaram incógnitos para dentro e para fora da Noruega durante meses, há um ano, para planejar e executar a destruição de três dos quatro gasodutos Nord Stream no Mar Báltico, não deixaram vestígios, nenhuma indicação da existência da equipe, além da conclusão bem-sucedida de sua missão”, informou.

Conforme detalhou o renomado jornalista, todas as informações da missão “foram digitadas em uma máquina de escrever Royal ou talvez Smith Corona com uma ou duas cópias, como se a Internet e o resto do mundo eletrônico ainda não tivessem sido inventados”.

“A Casa Branca estava isolada do que estava acontecendo em Oslo, os diversos relatórios e informações de campo iam diretamente para o diretor da CIA, Bill Burns, que era o único elo entre os organizadores e o presidente que autorizou a missão em 26 de setembro de 2022″, afirmou.

Como especificou Hersh, uma vez concluída a missão, xerox e papéis datilografados “foram eliminados, sem deixar qualquer vestígio físico, qualquer prova que pudesse ser posteriormente desenterrada por um procurador especial ou por um historiador. Se poderia dizer que foi o crime perfeito”.

O ganhador do Pulitzer esclareceu que naquela época os russos forneciam gás e petróleo para o mundo inteiro através de mais de uma dúzia de oleodutos, “mas o Nord Stream 1 e 2 iam diretamente da Rússia através do Mar Báltico para a Alemanha”, e “a Administração [Biden] pôs o Nord Stream na mesa porque era o único que podíamos acessar e seria totalmente refutável”.

“Resolvemos a questão em poucas semanas – no início de janeiro – e a comunicamos à Casa Branca. Se presumia que o presidente usaria a ameaça contra o Nord Stream como um meio de dissuasão para evitar a guerra”, sustentou a fonte de Hersh.

De acordo com Hersh, o chanceler alemão, Olaf Scholz, agiu como uma marionete norte-americano, pois estava completamente ciente dos planos da administração Biden de mandar pelos ares os estratégicos gasodutos, caso a Rússia lançasse uma operação especial na Ucrânia. “Na época e agora, alguns membros da equipe da CIA acreditavam que o líder alemão estava plenamente consciente do planeamento secreto de atacar os gasodutos”, escreveu ele, citando fontes da Agência Central de Inteligência.

Há um ano foi anunciada uma fuga de gás por razões desconhecidas num dos dois gasodutos da infraestrutura perto da ilha dinamarquesa de Bornholm, tendo sido descoberto mais tarde que as duas linhas do gasoduto paralelo, Nord Stream, também haviam sido danificadas.

O Serviço de Inteligência Estrangeiro Russo classificou as explosões como ataques terroristas e em 30 de setembro revelou dispor de provas que apontavam para o envolvimento de alguns países ocidentais. O gabinete do Procurador-Geral russo abriu uma investigação internacional sobre terrorismo após os danos nos dois gasodutos, com o Kremlin sustentando que o processo deve ser transparente a fim de que o mundo conheça o culpado.

Desde então, a Alemanha, a Dinamarca e a Suécia continuam se recusando a investigar o que aconteceu em conjunto com a Rússia e mantém em segredo os resultados do que descobriram.

Para o governo chinês, “a inércia dos EUA sobre a questão do Nord Stream é motivo de séria perplexidade”.

Fonte: Papiro