Soldados soviéticos celebram a vitória sobre as hordas nazistas | Foto: Arquivo

Há 80 anos, o Exército Vermelho libertou a cidade de Donetsk, então Stalino, da ocupação nazista alemã, em 8 de setembro de 1943, vitória seguida dois dias depois em Mariupol. Uma data ainda mais simbólica pela circunstância do Donbass ser o palco do confronto atual com o regime neonazi de Kiev, autoproclamado ‘herdeiro’ de Bandera e seus seguidores colaboracionistas, um regime instaurado pelo golpe da CIA em 2014 na Praça Maidan, e agora instrumento na guerra por procuração da OTAN contra a Rússia na Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, dirigiu mensagem à Rússia pelos 80 anos da libertação do jugo nazista do “lendário e invicto Donbass – um reduto centenário da Rússia, uma terra de trabalhadores abnegados e aguerridos, uma região rica e generosa”, assinalando os 700 dias de resistência. A atual luta já dura nove anos.

A Ofensiva do Donbass – operação estratégica do Exército Vermelho durante a Grande Guerra Patriótica – foi conduzida de 13 de agosto a 22 de setembro de 1943, pelas tropas soviéticas das Frentes Sul e Sudoeste, com o objetivo de derrotar o Grupo Sul dos exércitos nazistas, libertar o Donbass e seus principais centros industriais e administrativos, Donetsk e Mariupol, e chegar ao rio Dnieper. Como lembrou Putin, os nazistas fizeram de tudo “para manter para si as estepes de Donetsk, para forçar as pessoas a trabalhar para a máquina de guerra do Terceiro Reich”.

Uma batalha em que os soviéticos lançaram mais de 1 milhão de soldados, 1200 tanques e 1400 aviões, contra 540 mil soldados nazistas, 900 tanques e 1100 aviões alemães. No dia 22, os nazistas foram forçados a bater em retirada para a outra margem do Dnieper, deixando para trás uma terra arrasada: minas inundadas – o Donbass é uma das maiores bacias de carvão do mundo -, fábricas e usinas elétricas explodidas ou drasticamente danificadas.

Durante o tempo em que a fera cruel e cínica – o nazismo – governou o Donbass, “centenas de milhares de guerrilheiros, combatentes clandestinos, civis e crianças foram submetidos à tortura e execução, e poderosas fortificações inimigas foram erguidas em linhas-chave”, rememorou Putin. As margens do Seversky Donets estavam repletas de casamatas e bunkers e muitos quilômetros de campos minados.

“Parecia inimaginavelmente difícil romper tal linha de defesa, mas os soldados do Exército Vermelho completaram esta tarefa, realizaram feitos além das capacidades humanas, percorreram um caminho de heroísmo e sacrifício, consolidando o triunfo das tropas soviéticas no Bolsão de Kursk”.

“Tenho a certeza que há nove anos, nestas fronteiras sagradas para nós, o exemplo dos soldados da Grande Guerra Patriótica conduziu os seus descendentes – as forças populares do Donbass – a aumentar sua coragem e resiliência na nova batalha contra o nazismo; deu aos netos e bisnetos dos vencedores a força para defender a sua terra, a sua cultura, a sua língua, o seu patrimônio”, sublinhou Putin.

O presidente russo salientou a “página especial” que foi a libertação de Saur-Mogila, transformada pelos nazistas em uma cidadela supostamente inexpugnável, mas tomada pelos soldados soviéticos, que resistiram ao nazismo até a morte, “pela verdade, pela justiça, pela liberdade e pelo futuro da nossa Pátria”.

“O memorial Saur-Mogila, destruído durante as batalhas de 2014, foi agora completamente restaurado e, ao lado das imagens dos soldados soviéticos, as façanhas de seus valentes e gloriosos descendentes – os novos heróis de Donbass – estão legitimamente imortalizadas”, acrescentou Putin.

Em 2014, a conquista da colina de Saur-Mogila, das mãos das forças da “expedição punitiva” enviada pelo regime do golpe de Kiev, sacramentou a criação das repúblicas populares do Donbass, apesar da destruição do monumento, erguido em 1963. O memorial foi reconstruído e reinaugurado em 8 de setembro do ano passado.

“Esta é toda a nossa Rússia: inteira na sua história, inquebrantável nas suas tradições espirituais, e fiel ao legado e à memória dos seus antepassados. Felicito sinceramente os residentes da República Popular de Donetsk, todos os cidadãos da Rússia, pelo 80º aniversário da libertação de Donbass dos invasores nazistas”.

Após a expulsão das forças punitivas de Kiev, moradores das cidades da região do Donbass votaram em ampla maioria pela reincorporação da região à Federação Russa.

Fonte: Papiro