Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, prestou depoimento, enquanto testemunha, no processo disciplinar que corre na corporação contra o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, por omissão no dia 8 de janeiro.

As informações são do portal Metrópoles.

No dia 8 de janeiro, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele foi delegado da PF e pode ser expulso por auxiliar a tentativa de golpe.

Andrei Rodrigues falou no depoimento que a Polícia Federal passou informações sobre a possibilidade de ataques na capital.

As comunicações oficiais foram feitas ao Ministério da Justiça, que as transmitiu para a Secretaria de Segurança Pública do DF.

Apesar disso, todo o aparato de segurança do governo do Distrito Federal estava desmobilizado, o que permitiu a chegada dos bolsonaristas à Praça dos Três Poderes.

As investigações sobre o atentado mostram que a função de Anderson Torres na tentativa de golpe era exatamente deixar o terreno livre de policiamento. Ele até viajou para os Estados Unidos dois dias antes, deixando a Secretaria de Segurança Pública acéfala.

Na avaliação de Andrei Rodrigues, a atuação de Anderson Torres foi prejudicial à imagem da PF.

Depois de ficar alguns dias nos Estados Unidos fingindo não ter nada a ver com o ataque, Torres voltou para o Brasil e se entregou às autoridades. Ele falou que seu celular, que seria apreendido para a investigação, foi perdido nos EUA.

Em sua casa, numa operação de busca e apreensão, a PF encontrou a minuta de um decreto golpista, que instalaria um “estado de defesa” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para alterar o resultado das eleições e permitir uma ditadura bolsonarista.

O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aberto contra Torres apura a negligência e a omissão por parte do bolsonarista em evitar a destruição do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.

A PF cassou o porte de armas de Anderson Torres. Segundo o site Poder360, os agentes da corporação foram até a casa de Torres na sexta-feira (22) levar uma notificação da cassação de posse do armamento.

Fonte: Página 8