Jeffrey Sachs é economista norte-americano e conselheiro sênior das Nações Unidas| Foto: Arquivo/Xinhua

O grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é capaz de neutralizar as sanções ocidentais, enfatizou Jeffrey Sachs, economista, conselheiro sênior da ONU e ex-diretor do Earth Institute da Universidade de Columbia, em declaração ao portal Sputnik.

“As sanções ocidentais não são muito poderosas quando grande parte do mundo ou a maior parte do mundo se opõe a elas. Os países do BRICS resistem às sanções ocidentais e isto é de grande importância”, destacou Sachs.

Para o respeitado economista, essas violam o direito internacional, uma vez que restrições deste tipo só podem ser introduzidas mediante decisão das Nações Unidas.

Sobre a desdolarizaçao, na opinião de Sachs “os BRICS podem criar alternativas viáveis ​​ao dólar”. Neste sentido – previu – “sim, o dólar será destronado como moeda global de domínio esmagador”.

Segundo Sachs, a desdolarização é inevitável no longo prazo, dada a participação “cada vez menor dos EUA na economia e no comércio mundial”. Nas suas palavras, à medida que os BRICS aceleram a transição para um sistema multimoedas, o papel do dólar americano diminuirá.

O economista asseverou que a expansão dos BRICS dará ao grupo um papel de liderança na área de minerais estratégicos. “Os investimentos em minerais serão de grande importância nas próximas transformações industriais e energéticas. (…) As nações do BRICS desempenharão um papel de liderança na produção e no comércio global de minerais estratégicos”, disse Sachs.

A futura expansão dos BRICS dará ao grupo “mais influência nas negociações em fóruns internacionais” e também “fortalecerá a OPEP+”, concluiu Sachs.

A 15ª Cúpula do BRICS, realizada de 22 a 24 de agosto na cidade sul-africana de Joanesburgo, aprovou a incorporação da Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã como novos membros a partir de 1º de janeiro de 2024.

O BRICS representa atualmente mais de 31% do Produto Interno Bruto (PIB) global em paridade de poder de compra e 42% da população mundial. Percentuais que, com a expansão do BRICS passarão para 37% do PIB global e 46% da população mundial.

Fonte: Papiro