O Acordo de Associação Birregional entre o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e a UE (União Europeia) é desejo dos dois blocos, mas só avançará se os 27 países europeus não insistirem em eventuais sanções às quatro nações sul-americanas. Em carta enviada à UE em agosto, mas divulgada apenas neste sábado (16) pelo Valor Econômico, os membros do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – deixaram clara essa condição.

A União Europeia cobrou exigências ambientais extras e ainda sugeriu punições em caso de não cumprimento dessas cobranças. A posição desagradou ao Mercosul, que disse lutar por uma “integração do comércio e do desenvolvimento sustentável, desde que isso seja buscado de forma colaborativa”.

“Não deve haver sanções (ou mesmo insinuação de aplicação de sanções) incorporadas ao documento”, enfatiza o Mercosul. “As Partes devem evitar o uso de medidas destinadas a alcançar o desenvolvimento sustentável como um obstáculo injustificado ou desnecessário ao comércio. O instrumento precisa ser baseado em uma abordagem cooperativa.”

O bloco também reforçou a atual “combinação sem precedentes de desafios – mudança climática, insegurança alimentar, emergência de saúde, tensões geopolíticas e desigualdades persistentes dentro dos países e entre eles”.

Segundo o documento, “o Mercosul e seus Estados Partes acreditam que a rápida conclusão das negociações do Acordo de Associação Birregional seria uma contribuição inequívoca para enfrentar os desafios acima mencionados e enviar um forte sinal à comunidade internacional de unidade e colaboração entre duas regiões do mundo que compartilham o mesmo conjunto de valores”.