Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A melhoria do transporte público segue sendo um problema de difícil equação em grande parte do país. Mas, uma boa fatia da população que não recorre a essa modalidade de locomoção toparia passar a usá-la se algumas mudanças fossem implementadas. A redução de preço da tarifa (25%) e a diminuição do tempo de espera (24%) são os principais motivos apontados para que as pessoas optem pelo transporte público. 

O aumento da segurança (20%), a maior disponibilidade de linhas e percursos (18%), a ampliação do conforto interno (14%), a melhoria da qualidade dos veículos (13%) e a maior brevidade dentro do transporte público (13%) vêm na sequência. Os dados são de levantamento realizado pelo Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), nome novo do Instituto FSB Pesquisa, e encomendada pela Confederação Nacional da Indústria. 

Segundo o resultado, o ônibus é o meio de transporte coletivo mais utilizado diariamente, apontado por 62% dos entrevistados, porém, a insatisfação é alta. A maior reclamação diz respeito à falta de segurança, com nota 3,1. Na sequência, vêm o excesso de passageiros (3,6), conforto (3,6), quantidade de ônibus (3,8), pontualidade (4,2), limpeza (4,7), tempo de viagem (4,7) e comportamento do motorista (6,4).

Da mesma forma, a avaliação não é boa no que diz respeito aos pontos de ônibus. E a maior queixa também está no quesito segurança, que recebeu nota média de 3,1 numa escala de 0 a 10. Outros pontos de insatisfação são o conforto (nota 3,3), tempo de espera (3,6), informação sobre trajetos e horários (4,3), quantidade de paradas (5,2) e distância percorrida (5,5)

Onde há metrô, por sua vez, a avaliação deste modal é sensivelmente melhor. A nota atribuída na escala de 0 a 10 para o tempo de espera nas estações foi de 7,2. Na sequência aparecem como pontos mais bem avaliados das estações de metrô: informações sobre trajetos e horários (7,0); quantidade de estações (6,7); segurança (6,5); conforto da estação (6,4); distância percorrida até a estação (6,2).

A pesquisa também mostra a insatisfação da população no que diz respeito à governança e gestão pública da política de mobilidade urbana. Indagados sobre como avaliam a atuação do poder público local no planejamento da mobilidade urbana a longo prazo, 57% consideram pouco ou nada avançado; 24% responderam mais ou menos avançado; e apenas 16% julgam avançado ou muito avançado.

Na avaliação da CNI — tendo como base estudo sobre mobilidade urbana —o Brasil precisa investir R$ 295 bilhões até 2042 em infraestruturas de mobilidade urbana nas 15 principais regiões metropolitanas do país. Essa é a quantia necessária para equiparar a infraestrutura de transportes desses municípios ao padrão da Cidade do México e Santiago, cidades referência na oferta de transportes urbanos na América Latina.

Bicicletas e apps

Outro ponto trazido pela pesquisa diz respeito às bicicletas e aplicativos. Perguntados sobre o que os levaria a usar as bicicletas, os entrevistados apontaram a melhoria da segurança para pedalar nas vias (39%); se os motoristas respeitassem os ciclistas (35%); se houvesse mais ciclovias e ciclofaixas (27%); se melhorasse a sinalização das ruas (21%); se a distância para o trabalho ou local de estudo não fosse tão grande (16%); e se o trajeto usado não tivesse tantas subidas ou ladeiras (11%). 11% responderam que nada nem nenhum motivo o faria usar a bicicleta como meio de transporte.

Segundo a pesquisa, 64% dos usuários consideram os serviços de aplicativos bons ou ótimos. Essa parcela é mais do que o dobro daqueles que tem avaliação boa ou ótima dos táxis, de 30%. O segundo serviço mais bem avaliado é o metrô, com 58% de ótimo ou bom. Na sequência, aparecem trem (38%), táxi (30%) e ônibus (29%). Já em relação ao custo-benefício dos transportes, 63% apontam o carro de aplicativo como ótimo ou bom, à frente de metrô (40%), trem (33%), ônibus (25%) e táxi (25%).

(PL)