Flávio Dino | Foto: Tom Costa/MJSP

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que entregará as imagens das câmeras de segurança do Ministério gravadas no dia 8 de janeiro se o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar, uma vez que o material faz parte de um inquérito que corre sob sigilo.

“O Supremo autorizando, eu entrego no mesmo dia”, afirmou.

Os bolsonaristas que estão na CPMI do Golpe e querem criar uma narrativa contra Dino dizem que ele se recusou a entregar as imagens, mas o ministro retrucou.

“Eu espero que o Supremo autorize, mas não sou eu que vou descumprir a lei para atender a pressão ou chantagem de gente delirante, que acha que tem uma imagem minha aqui reunido, tramando a invasão do Congresso”, completou.

“O problema é a proliferação de mentiras e fake news. Não houve negativa alguma. Isso é um disparate”, disse.

“O que nós fizemos foi endereçar a demanda para o local próprio, à luz da lei. Eu não posso, como ministro da Justiça, deixar de cumprir o Código de Processo Penal. Se você tem inquéritos em segredo de Justiça, quem é o guardião desse sigilo não sou eu, é o Poder Judiciário. Isso é básico. Foi o que eu disse à CPI”, explicou o ministro Dino em entrevista à revista CartaCapital.

“Aí alguém da CPI disse que vai ao Supremo. É esse o caminho. Foi isso o que eu disse no ofício. Vão lá no Supremo. Se o Supremo autorizar, nós entregamos amanhã, porque as imagens não têm nada que não seja conhecido”, apontou.

O pedido das imagens faz parte da tentativa de distração, por parte da bancada bolsonarista, para fugir da investigação sobre a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro.

O comando da CPMI, ao contrário do que gostariam os parlamentares bolsonaristas, quer investigar o fnanciamento, a organização e a execução do atentado contra democracia.

A Comissão aprovou, na quinta-feira (3), a convocação do hacker Walter Delgatti Neto para prestar depoimento. Delgatti conversou com a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e com o ex-presidente Bolsonaro sobre uma tentativa de invasão nas urnas eletrônicas e nos aparelhos de Alexandre de Moraes, ministro do STF.

Fonte: Página 8