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Professores e trabalhadores da Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) aprovaram greve por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira (8). A decisão foi aprovada na última quarta-feira (2) e, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), 81 unidades já aderiram ao movimento.

“Esse número ainda deve crescer antes do dia 8, pois muitas unidades realizaram a setorial mas ainda não passaram o resultado, enquanto outras têm data agendada para os próximos dias”, diz o Sinteps em nota.

A assembleia geral aprovou realização de um ato público às 14 horas no campus da FATEC São Paulo, na Avenida Tiradentes, prédio onde também está instalado o Sindicato, saindo em passeata pela avenida, rumo à administração central do Centro Paula Souza, no bairro Santa Ifigênia, no centro da capital paulista.

Entre as reivindicações, estão a falta de reajuste salarial, revisão do plano de carreira, déficit no número de profissionais e ausência de pagamento do bônus por resultado. “O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou reajuste para a Polícia Militar de até 34%. Acreditamos que ficaríamos nessa margem, não em 6%. O salário da nossa categoria está defasado desde 2014. Na pandemia, deixamos de receber benefícios e esses dois anos não foram repostos. Segunda-feira é o dia do nosso ato de lançamento da greve e vamos manter até ter o momento de negociação. Queremos um retorno mais claro do Governo do Estado”, disse Neusa Santana Alves, diretora do Sinteps.

De acordo com comunicado do sindicato, a realização do ato no campus da FATEC/SP tem o objetivo de demonstrar indignação com a decisão do governo Tarcísio de “ceder” as instalações do prédio a uma universidade privada.

Segundo o Diário do ABC, há ainda reivindicações de melhoria do plano de saúde, infraestrutura das escolas e grade curricular. “Em São Caetano, há problemas relacionados à rede de esgoto e à grande presença de pombos no pátio e refeitórios. Um professor inicial ou temporário das Etecs recebe R$ 21,40 por hora/aula e pode pegar até 34 aulas. Novos professores não se sentem motivados a entrar na rede. Revisar o salário inicial repercute em todas as funções”, diz uma fonte, cujo nome não foi citado pelo jornal.

O Sinteps afirmou que tenta dialogar com o governo Tarcísio desde sua posse, mas só na última quinta-feira (3), após a aprovação da greve, houve uma reunião com a presença dos secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, e Arthur Lima, da Casa Civil, mas sem o retorno esperado.

“Queremos que a Superintendência do Centro e o governo estadual negociem com o nosso Sindicato as reformas desejadas pelos trabalhadores e as aprovem o quanto antes. Elas dizem respeito à nossa valorização como profissionais do Centro e a melhores condições de trabalho para todos”, reforça o Sinteps em nota.

Fonte: Página 8