O deputado estadual Amauri Ribeiro (União-GO), um dos financiadores dos atos golpistas de 8 de Janeiro, foi preso na manhã desta terça-feira (29). Alvo de mais uma etapa da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF), o parlamentar bolsonarista, ligado à bancada ruralista, confessou em junho seu amplo envolvimento com grupos antidemocrátricos.

O objetivo da Lesa Pátria é identificar incitadores, participantes e fomentadores do golpe de janeiro, que culminou na invasão de sedes dos Três Poderes, em Brasília. Na ação atual, por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), imóveis de propriedade de Ribeiro foram alvo de busca e apreensão em Goiás. Um celular do deputado foi apreendido.

Em junho passado, Ribeiro defendeu publicamente os acampamentos golpistas em frente a unidades do Exército. “Ajudei a bancar quem estava lá. Levei comida, dei água e dinheiro. Acampei e fiquei na porta porque sou patriota. O dinheiro veio de quem acredita nessa nação”, discursou o deputado em sessão na Assembleia Legislativa de Goiás.

Os participantes dos acampamentos pediam intervenção militar no Brasil, o que é inconstitucional. Segundo a Polícia Federal, “os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo”.

Em mudança de tom, a defesa de Amauri condenou os ataques de 8 de janeiro, chamando os envolvidos de “vândalos, bandidos e delinquentes”. Porém, ele voltou a defender os apoiadores de Bolsonaro que acamparam e disse ter levado água e alimentos “por questões humanitárias”.