Foto: FUP

Os petroleiros iniciaram este mês a Campanha Salarial da categoria, em primeira negociação de acordo de trabalho com a nova gestão da Petrobrás. A categoria, que engloba mais de 45 mil trabalhadores das empresas do Sistema Petrobrás em todo o país, reivindica reposição da inflação de 4,5% (INPC), recomposição das perdas salariais (3,8%) e aumento real de 3%.

Conforme a pauta entregue à empresa pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) na última sexta-feira (11), os funcionários também lutam não só pela retomada de direitos perdidos nas administrações anteriores a partir de 2016, mas pela ampliação desses direitos e humanização das relações de trabalho.

Apesar das expectativas positivas para um acordo, enfatizado pela direção da FUP na entrega da pauta, a entidade afirma em seu site que “é inadmissível que os graves ataques aos direitos dos trabalhadores nos últimos sete anos ainda encontrem respaldo nas estruturas gerenciais da empresa”. Para a FUP, “é preciso virar a chave do desmonte, reconstruir a estatal e humanizar as relações de trabalho, valorizando o coletivo e não o individual. É isso que a categoria espera do novo ACT”.

De acordo com o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, “valorizamos a mesa de negociação. Mas é preciso que haja respeito de ambas as partes, o que não ocorreu nas últimas campanhas”.

Sobre a antecipação da reposição da inflação, Deyvid esclarece que ela era prática da empresa nas campanhas anteriores a 2016. “Ela é fundamental para recompor o poder de compra dos trabalhadores, além de ser uma sinalização de boa-fé negocial”, afirma.

Segundo a entidade, parte da pauta foi discutida nos Grupos de Trabalho paritários. “A empresa avançou em alguns pontos e se comprometeu a buscar soluções para outros durante a negociação”, diz Bacelar. Antes da entrega da pauta, os sindicatos debateram com os petroleiros nas bases, em atos setoriais, os principais pontos da pauta de reivindicações deliberada no XIX Confup.

Entre as reivindicações, a federação elenca alguns pontos, como: “recomposição dos efetivos e retorno dos trabalhadores transferidos para suas bases; revisão do modelo de contratação dos terceirizados, com garantia imediata do plano de saúde e sua extensão para os dependentes; regramento do teletrabalho; valorização da vida e cuidado com a saúde mental dos trabalhadores; combate aos assédios e às opressões; fim das pendências relacionadas às jornadas de trabalho, que se arrastam há anos (HETT, fim do banco de horas, tabelas de turno); anistia dos demitidos e punidos; construção de um só plano de cargos e salários e uma mesma política de remuneração variável para todos os trabalhadores, com regramento da PLR”.

Conforme informa a entidade, durante a reunião, as gerências de RH da Petrobrás, da Transpetro, da TBG, da PBIO e da TermoBahia “reafirmaram o compromisso de restabelecimento do diálogo social com as entidades sindicais e o respeito à boa-fé negocial”. A empresa irá analisar detalhadamente a pauta e informou que discutirá com a FUP na próxima semana o calendário das primeiras rodadas de negociação.

Fonte: Página 8