Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

A atividade industrial monitorada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) continuou sua trajetória de queda em julho. Pelo segundo mês consecutivo, a pesquisa Sondagem Industrial registrou uma redução na atividade do setor produtivo, manifestada na queda da produção e do número de empregados, além do aumento dos estoques.

Segundo a CNI, o índice de evolução da produção atingiu 47,8 pontos em julho, um resultado inferior à média para o período, que costuma ser de 51 pontos. Esse indicador varia numa escala de zero a 100, e quando está abaixo da marca de 50 pontos, indica uma queda na atividade.

“Apesar de estar em um padrão de declínio pelo segundo mês consecutivo, a produção apresentou uma queda menos acentuada e generalizada em julho, em comparação com junho”, disse Marcelo Azevedo, o gerente de Análise Econômica da CNI. No mês anterior, o índice de produção estava em 46,3 pontos.

O índice de evolução do número de empregados também ficou abaixo da linha dos 50 pontos, registrando 48,4 pontos em julho, comparado a 48,6 em junho.

Além disso, o índice de evolução do nível de estoques alcançou 51,6 pontos, um resultado acima da marca de 50 pontos, o que indica um crescimento dos estoques em relação ao mês anterior. Desde fevereiro, esse índice está acima dos 50 pontos, indicando que a produção se mantém encalhada por conta da demanda. “Os resultados estão em consonância com a estabilidade da utilização da capacidade instalada e com o indicador de estoques efetivos em relação ao usual, que evidencia um acúmulo indesejado de estoques no mês”, afirmou o economista.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial do país recuou 0,3% no primeiro semestre do ano – reflexo de uma economia em desaceleração e das taxas básicas de juros praticada durante esse período – de 13,75%, recentemente ajustada para 13,25% ao ano.

Apesar dos resultados desanimadores que marcaram o encerramento do primeiro semestre e o início do segundo, os índices de expectativas dos empresários do setor permaneceram acima dos 50 pontos nesta edição da Sondagem, refletindo o otimismo do setor.

O índice de expectativa de demanda para agosto permaneceu em 55,6 pontos e a expectativa de número de empregados também apresentou um ligeiro aumento, alcançando 51,4 pontos. De julho para agosto, o índice de intenção de investimento atingiu 53,5 pontos, representando uma queda de 0,6 ponto em comparação ao mês anterior, mas ainda acima da linha que separa o crescimento da queda.

Fonte: Página 8