Queda do jato com Prigozhin a bordo, perto de Moscou, gerou uma coluna de fumaça | Foto: AFP

A Agência Federal Russa de Transporte Aéreo (Rosaviatsiya) comunicou na quarta-feira (23) que o chefe da empresa militar privada russa Wagner, Evgeny Prigozhin, estava a bordo do jato executivo Embraer Legacy de sua propriedade, que caiu na região de Tver após decolar do aeroporto de Moscou com destino a São Petersburgo. Não há sobreviventes.

O local da queda fica a cerca de 300 quilômetros da capital russa. Segundo informações da Rosaviatsiya, o avião transportava os seguintes passageiros: Prigozhin, Evgeny Markaryan, Aleksandr Totmin, Valery Chekalov, Sergey Propustin, Nikolay Matuseev e Dmitry Utkin, este, cofundador do PMC Wagner e vice no comando. Os três tripulantes do avião eram o comandante Aleksei Levshin, o copiloto Rustam Karimov e a comissária de bordo Kristina Raspopova.

Embora a Rosaviatsiya haja dito que o nome de Prigozhin estava entre o dos passageiros a bordo, não declarou morto explicitamente ao chefe do grupo Wagner. As autoridades russas anunciaram que a investigação sobre o desastre está sendo supervisionada pessoalmente pelo governador de Tver, Igor Rudyenya.

Vários clipes curtos do acidente circularam nas redes sociais. Vídeos publicados pelos canais Mash e Baza Telegram parecem mostrar o jato caindo em direção ao solo em um giro aparentemente descontrolado, deixando para trás um rastro de fumaça preta. Outros clipes supostamente filmados no local do acidente mostram destroços em chamas espalhados por uma clareira gramada.

Na noite de quarta-feira, as autoridades russas disseram ter recuperado oito corpos, embora nenhum tivesse sido identificado até então. Todos foram descritos como gravemente queimados.

Alguns meios de informação russos identificaram o número da cauda do avião como RA-02795, que se acredita pertencer a Prigozhin. De acordo com o site de rastreamento de voos FlightRadar24, um segundo avião ligado a Prigozhin com o número de cauda RA-02878 partiu de Moscou logo após o primeiro, mas voltou a pousar após a notícia do acidente. Nenhum desses relatos foi oficialmente confirmado.

O grupo Wagner foi fundado em 2014, mas só no ano passado Prigozhin assumiu oficialmente seu papel à frente da corporação militar privada. Combatentes do Wagner participaram de enfrentamento com jihadistas na Síria e em países africanos.

Durante a operação especial russa no Donbass, a atuação do grupo foi alardeada em combates como os que permitiram o controle de Artyomovsk (Bakhmut, segundo Kiev) e Prigozhin ganhou notoriedade alegando falta de sustentação ao seu esforço, inclusive munição, de parte do ministério da Defesa russa, a que acusava também de incompetência.

Posteriormente, alegando bombardeio a um acampamento do Wagner, encabeçou uma investida a Moscou, que foi encerrada com a ajuda do presidente bielorrusso Lukashenko, para onde se mudaram acampamentos do grupo.

Após dois meses de silêncio, Prigozhin divulgou um vídeo – aparentemente filmado na África – na segunda-feira. No clipe, ele disse que o Grupo Wagner reabriu o recrutamento e estava conduzindo “atividades de reconhecimento e busca” contra “ISIS, Al Qaeda e outros bandidos” em todo o continente.

Fonte: Papiro