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O material digital produzido pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ser aplicado em salas de aula de 5 mil escolas estaduais de São Paulo apresenta erros de conteúdo, sobretudo nas disciplinas de História e Biologia. Os registros foram obtidos pelo portal UOL e divulgados nesta quinta-feira (31). O material, que chegou a ser vendido pelo secretário de Educação, Renato Feder, como muito superior aos livros didáticos, contém erros absurdos.

Um dos slides para alunos do 8º ano do ensino fundamental “ensina” que Dom Pedro II, não a Princesa Isabel, teria assinado a Lei Áurea, em 1888. 

Em outra imagem, de um conteúdo voltado aos estudantes do 9º ano, o material do governo paulista diz que a cidade de São Paulo tem praias. O erro está em uma aula referente à passagem de Jânio Quadros pela prefeitura, entre 1953 e 1955, não em 1961, como alega o slide.

Outro slide do material digital de biologia para o 7º ano do Ensino Fundamental, afirma que a água pode transmitir Parkinson, Alzheimer e depressão, caso a mesma esteja contaminada por mercúrio, agrotóxicos, remédios e produtos químicos em geral.

“Além da ingestão de metais pesados, como mercúrio, agrotóxicos, remédios e produtos químicos em geral, que podem causar doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, perda de concentração e deficiência de memória, além de problemas cognitivos, depressão e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)”, afirma o texto, cujo título é “Transmissão de doenças através da água”.

Os slides com erros de informação fazem parte de um material 100% digital produzido pela secretaria para aplicação nas 5300 escolas do estado. Em abril, quando foi lançado,1400 aulas de formação já estavam disponíveis no sistema como forma de complemento à rotina escolar. Hoje, são mais de 6000 aulas prontas.

A ideia da Secretaria da Educação nos últimos meses, comandada por Renato Feder, era que o material virtual fosse a única fonte didática para as escolas paulistas – o que, na tese do governador, “aprofundaria o conteúdo”. 

No entanto, a investida não se sustentou. O governo paulista recuou da resistência sobre os livros impressos e foi obrigado pela Justiça a manter os 10 milhões de livros do MEC na grade curricular.

A Secretaria da Educação reconheceu os erros e disse que “todas as observações levantadas pela reportagem a respeito das aulas mencionadas foram retificadas e atualizadas”.

Fonte: Página 8