Missão do Cebrics é liderada pelo presidente eleito da CNI, Ricardo Alban | Foto: Rodrigo Caetano/CNI

Empresários da indústria brasileira participaram nesta semana do encontro anual do Conselho Empresarial do BRICS (Cebrics), criado em 2013, pelo bloco formado por Rússia, Índia e China, além do Brasil e África do Sul). Na avaliação do presidente eleito da CNI, Ricardo Alban, o encontro do BRICS é uma oportunidade para novas parcerias por investimentos que podem contribuir para “a revitalização da indústria no Brasil”.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), que exerce a secretaria executiva do Cebrics, lidera a comitiva compostas por cerca de 30 industriais brasileiros, que participarão das reuniões com empresários de outros países que compõem o BRICS, entre 21 a 23, em Joanesburgo, na África do Sul.

Segundo a CNI, que trabalha junto com grandes empresas como Embraer, WEG, Vale, BRF e Banco do Brasil, coordenando a atuação dos 91 membros brasileiros inscritos nos grupos temáticos de trabalho, “o objetivo é fortalecer os laços econômicos e comerciais e ampliar os investimentos entre as comunidades empresariais do BRICS”.

A revitalização da indústria brasileira, destaca Alban, “é relevante por este ser o setor que mais move o desenvolvimento da economia pela inovação e pelo avanço tecnológico”.

“A estrutura de missões de política industrial, uma vez adotada, não só contribuirá para apoiar empresas na conquista de mercados e reduzir a distância que hoje existe para as potências econômicas, mas também alcançar soluções para problemas coletivos, como o acesso à saúde, a segurança no abastecimento energético, alimentar e sanitário internos, e a criação de empregos”, afirmou.

Além da China, que é o principal parceiro do Brasil, os empresários brasileiros vão buscar oferecer, ampliar e construir oportunidades de projetos com os demais países que compõem o bloco, principalmente, com a Índia.

“A Índia deverá apresentar um desenvolvimento e crescimento econômico bastante vigoroso nos próximos anos. Seria muito interessante que pudéssemos compartilhar desse crescimento e tivéssemos uma maior amplitude não só comercial como também de investimentos mútuos. Já temos muitas indústrias que estão localizadas dentro da Índia e, certamente, com esse novo nível de crescimento econômico deverão surgir muitas oportunidades”, explicou o presidente eleito da CNI, em entrevista à Agência Brasil.

Para CNI o diálogo e a interação com os Brics é fundamental. Atualmente esses países somam 42% da população mundial (3,2 bilhões) e representam 25% do PIB mundial (US$ 25,8 trilhões).

“Com a Rússia, a gente tem muita sinergia quando a gente fala do agronegócio, na área de fertilizantes. Precisaríamos interagir um pouco mais para desenvolver novas tecnologias nessa área de fertilizantes”, defendeu Alban. “Em relação à África do Sul, existe uma longa estrada para o desenvolvimento econômico. É uma porta de entrada, que servirá de base para esse novo momento, que falamos no Brasil, de neoindustrialização, da indústria do amanhã”.

Fonte: Página 8