Foto: Sintect/RJ

Os trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro decretaram estado de greve, na noite de terça-feira (22), em assembleia da categoria que rejeitou a proposta da empresa para o acordo coletivo de 2023/2024. A assembleia, convocada pela Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) e pelo Sintect-RJ (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro), lotou o auditório do Sindicato dos Metalúrgicos. 

Por unanimidade, a categoria votou contra a proposta apresentada pela direção da empresa no último dia 17, que inclui um reajuste salarial de 3,18%, o equivalente a 90% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “A categoria está unificada com uma votação unânime que representou bem o sentimento dos nossos trabalhadores, o clima é de luta. A Assembleia lotada mostrou que os trabalhadores estão dispostos a irem à luta para garantir o retorno dos seus direitos perdidos durante a gestão de Bolsonaro nos Correios”, disse o presidente do Sintect-RJ, Marcos Sant’Aguida.

As entidades ressaltam que, além do reajuste acima da inflação, a categoria luta por uma “solução que torne o plano de saúde mais acessível e justo para todos” e a abertura de concurso público. “O Sintect-RJ não faz greve pela greve. Este é o nosso último recurso, quando não há mais condições de avançar diante da intransigência dos patrões. Nós lutamos para que tenhamos um desfecho positivo das negociações. Caso contrário, o Sintect-RJ e os trabalhadores do Rio de Janeiro estão mobilizados para a greve”, afirmou o sindicalista.

Para a direção da Federação, “a união dos trabalhadores e a rejeição da proposta atual não apenas demonstram a insatisfação generalizada, mas também reforçam a urgência por uma negociação séria de um acordo coletivo que resgate direitos e assegure um ambiente de trabalho mais justo e promissor”.

Falando sobre a urgência de concurso público, a entidade destaca que “a atual carência de milhares de vagas em todo o país é uma realidade que afeta diretamente os trabalhadores e compromete o pleno funcionamento dos serviços. A contratação via concurso público é uma demanda essencial para preencher essas vagas deficitárias e garantir a eficiência das operações dos Correios”.

A secretária-geral do Sindicato, Rose Leodoro, que pediu aos presentes um minuto de silêncio em homenagem à líder quilombola Bernadete Pacífico, assassinada no último dia 17, ressaltou em sua fala a importância de avançar na proposta do plano de saúde. “Reitero a proposta de vários companheiros que destacaram a importância de avanços na proposta do plano de saúde. Esse é um dos maiores gargalos para a categoria nesse momento”, disse.    

Segundo a direção da Federação, “durante as nove reuniões de negociação unificada, avanços foram observados nas cláusulas sociais, refletindo uma valorização importante dos trabalhadores. No entanto, a lacuna entre os aspectos financeiros e de benefícios ainda é significativa. A disparidade salarial e as condições de trabalho insatisfatórias permanecem como desafios a serem enfrentados”.

Fonte: Página 8