Caminhonete usada como carro-bomba | Foto: Reprodução

Quito, a capital do Equador, voltou a ser palco de atentado. Desta vez foram explosões de dois carros-bomba entre a noite de quarta-feira (30) e a madrugada desta quinta (31).

Em meio aos debates rumo ao segundo turno, no próximo 15 de outubro, as labaredas dos maços de dinamite e botijões de gás, somando a intensidade das detonações com os ruídos das sirenes da polícia e dos bombeiros, mostra a incapacidade do governo de gerar uma governabilidade tranquila no Equador. A direita, no entanto, no poder através do banqueiro Lasso, tenta se livrar da responsabilidade pelo desgoverno apelando para uma suposta necessidade de medidas “mano dura” e apelos à “segurança”, quando a responsabilidade pelo desgoverno é de um de seus representantes agora na Presidência.

Um veículo roubado foi transformado no primeiro carro-bomba que voou pelos ares às 20 horas de quarta, nas ruas 9 de Outubro y Robles, na região da Mariscal, centro norte da capital. O segundo carro-bomba foi uma camioneta que explodiu pouco depois da uma hora e meia da manhã na avenida 12 de Outubro, na região norte.

Em ambos os casos, os automóveis foram detonados em frente a edifícios pertencentes a um departamento do sistema penitenciário equatoriano, o Serviço Nacional de Atenção Integral a Pessoas Adultas Privadas de Liberdade e Adolescentes Infratores (SNAI).

A Polícia Nacional alegou que as explosões seriam uma represália do crime organizado a medidas tomadas dentro das penitenciárias, mas, até agora, nenhuma das gangues atuantes no país assumiu qualquer responsabilidade pelos fatos.

Depois do primeiro atentado, a Polícia deteve seis cidadãos equatorianos e estrangeiros, todos com antecedentes criminais que incluem extorsão, roubo e assassinato. Em relação ao segundo atentado, as autoridades só informaram que “não houve vítimas”.

No atual processo eleitoral já foram assassinadas lideranças partidárias, como Agustín Intriago, o jovem prefeito de Manta; Fernando Villavicencio, candidato a presidente; e o sindicalista e dirigente histórico da Revolução Cidadã, Pedro Briones.

Sobrevivente, o coordenador do movimento Revolução Cidadã e prefeito de La Libertad, Francisco Tamariz, denunciou que foi vítima de um atentado pela Polícia Nacional, subordinada ao presidente Lasso, mas que conseguiu sair ileso. Na noite de sexta-feira, 18 de agosto, às vésperas do primeiro turno (20), Tamariz relatou que policiais dispararam 30 tiros contra ele, a maior parte mirando a sua cabeça, mas que conseguiu escapar ileso por estar em carro à prova de balas.

Fonte: Papiro