Entidades rechaçam detenção de estudante pela PF em protesto na Ufam 
O presidente da União da Juventude Socialista (UJS) do Amazonas, Christopher Rocha, foi detido pela Polícia Federal nesta quinta-feira (10) enquanto protestava pacificamente, ao lado de outros jovens na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), contra evento que contava com um palestrante apontado como apoiador da política anti-Palestina de Israel.
Vídeos e fotos que circulam pela internet mostram agentes da PF retirando Rocha da universidade e o algemando, enquanto estudantes reagem à conduta desproporcional dos policiais.
O protesto rechaçava os históricos ataques de Israel contra o povo palestino e denunciava a presença, em debate na Ufam sobre empreendedorismo em Israel, do presidente-executivo da StandWithUsBrasil, André Lajst, tido como um apoiador da política sionista.
Diante do ocorrido, a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) emitiu nota lamentando a ação da Polícia Federal, se solidarizando com Christopher Rocha e demais estudantes e solicitando ao Ministério da Justiça que apure a ação dos policiais.
“É legítimo e necessário que alunos, professores e funcionários técnico-administrativos das universidades brasileiras rejeitem o uso de seus campi pelo sionismo para promover positivamente sua imagem e higienizar o apartheid que a ocupação israelense promove na Palestina”, diz a nota.
Além de defender a “corajosa denúncia promovida pelos estudantes da Ufam”, a Fepal salienta que “a presença policial desmedidamente armada, como se em campo de batalha estivesse, está fora de qualquer qualificação e precisa ser investigada, especialmente pelo Ministério da Justiça, cujo titular, o ministro Flávio Dino, por sua história de defesa do Estado Democrático e dos Direito Humanos, seguramente não se furtará a investigar”.
Em resposta via redes sociais, a UJS destacou: “Agradecemos o apoio da Fepal. Nenhuma resposta truculenta irá nos parar, seguiremos juntos na luta contra o sionismo, o apartheid e o genocídio do povo palestino!”.
O PCdoB do Amazonas — do qual Rocha é membro — também emitiu nota em que se solidariza com o jovem e repudia “a truculência da PF que, acionada pela reitoria, usou armas de grosso calibre para investir contra um jovem estudante e proteger um sionista”.
(PL)