CGU | Foto: Iano Andrade/Portal Brasil

A CGU (Controladoria-Geral da União) pediu à Justiça Federal do Rio de Janeiro o compartilhamento de documentos do processo de improbidade administrativa movido pelo MPF (Ministério Público Federal) contra Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal), acusado de usar o cargo para favorecer o então presidente Jair Bolsonaro (PL) na candidatura à reeleição à Presidência da República.

No ofício encaminhado na semana passada, a CGU informou ao juiz que abriu processo administrativo contra o servidor. A ação judicial ainda deverá ser julgada.

Segundo o MPF, Vasques teria se valido da conta dele no Instagram, bem como de eventos oficiais da PRF, para promover a candidatura do ex-presidente.

No pedido dirigido ao Judiciário, o órgão responsável pela correição no Executivo afirma que, em razão da “competência para a responsabilização de servidores pela prática de atos de corrupção”, a documentação do procedimento judicial “revela-se fundamental para possibilitar a esta CGU a adoção das providências cabíveis para a promoção da responsabilização administrativa dos servidores envolvidos”.

Bolsonarista, ex-diretor-geral da PRF, ele foi o primeiro a prestar depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Golpe, dia 20 de junho.

Natural de Ivaiporã, Paraná, Vasques, que pertence aos quadros da PRF desde 1995, exerceu atividades de gerência e comando em diversas áreas do órgão. Ele foi superintendente nos Estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, e atuou como coordenador-geral de Operações.

Também exerceu os cargos de secretário municipal de Segurança Pública e de Transportes no Município de São José, em Santa Catarina, entre os anos de 2007 e 2008.

Em abril de 2021, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi nomeado diretor-geral da PRF.

Em 25 de novembro de 2022, Vasques se tornou réu por improbidade administrativa, após ser acusado de uso indevido do cargo que ocupava, bem como de símbolos e imagem da instituição policial durante as eleições presidenciais.

Durante a realização do segundo turno das eleições, em 30 de outubro, a PRF realizou mais de 500 operações no transporte de eleitores em diversas estradas do País. As ações foram suspensas após pedido da Justiça Eleitoral.

Segundo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, as operações não impediram eleitores de chegarem aos locais de votação. Fracassou a operação anti-Lula. Apesar disso, pessoas relataram dificuldade em chegar aos locais de votação.

Em dezembro, Vasques foi dispensado do cargo e, no mesmo mês, a PRF concedeu aposentadoria voluntária ao ex-diretor-geral, então com 47 anos.

Além da PF, que investiga as blitzes, na ocasião, a imprensa revelou em abril deste ano que a direção da PRF anulou o arquivamento de parte de investigações sobre a atuação da corporação no segundo turno das eleições.

Em maio, a imprensa teve acesso ao material, com ao menos 20 slides, em que Vasques apresenta dados das operações da PRF no segundo turno das eleições e compara com ações de anos anteriores, além de elencar motivos pelos quais o Nordeste teve mais abordagens a ônibus.

Fonte: Página 8