Bolsonaro coleciona depoimentos à PF; dia 31/8 tem mais dois marcados
A agenda de Jair Bolsonaro está cheia na quinta-feira (31). Além de prestar depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o caso da venda ilegal de joias da União, nesse mesmo dia o ex-presidente também está intimado pela corporação a depor sobre mensagens enviadas via Whats App com fake news e em defesa de um golpe de Estado contra a eleição do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. As duas oitivas somam-se a ao menos outras quatro que apuram casos distintos envolvendo o ex-presidente.
No alvo dessa investigação está a troca de mensagens entre o ex-presidente e os bolsonaristas Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, dono da Havan. Ambos faziam parte de um grupo de oito empresários que estavam sendo investigados desde o ano passado, após o site Metrópoles revelar mensagens de caráter golpista e falaciosas contidas em seus celulares.
Os outros seis — Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Koury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurélio Raymundo e Luiz André Tissot — tiveram seus processos arquivados por Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (21). Mas Nigri e Hang seguem sob investigação.
Conforme noticiado pelo UOL, a PF identificou ao menos 18 mensagens enviadas por um número atribuído ao ex-presidente a Nigri, que as disseminava para outros grupos, contendo ataques que viraram marca registrada de Bolsonaro e de seus apoiadores. Entre elas, havia mentiras sobre fraude nas urnas eletrônicas, vacinas contra a Covid-19 e sobre Lula, além da defesa de golpe de Estado e ataques ao Judiciário, entre outros tipos de conteúdos.
Uma das mensagens fazia menção a “sangue” e “guerra civil” no caso de derrota de Bolsonaro. Também havia o pedido, feito por parte do número supostamente de ex-presidente, de que as mensagens fossem repassadas “ao máximo”. Segundo trecho do relatório da PF publicado pelo site, “os fatos apontam para a atuação do presidente da República Jair Bolsonaro como difusor inicial das mensagens”. O celular de Luciano Hang também segue sendo investigado.
Até o momento, Bolsonaro já foi intimado pela PF seis vezes. Além das duas oitivas marcadas para o dia 31, ele já foi interrogado pela PF em ao menos quatro ocasiões: sobre o caso das joias sauditas (em 5 de abril); sobre os atos golpistas de 8 de janeiro (em 26 de abril); sobre a suspeita de fraude na caderneta de vacinação contra a Covid-10 (16 de maio); e sobre suposto plano de golpe denunciado pelo senador Marcos do Val (em 12 de julho).
Na próxima semana, Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras seis pessoas também terão de depor simultaneamente à PF sobre a venda ilegal de joias presenteadas ao governo brasileiro por representantes de outros países.
Além do casal, estão na lista de depoentes o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, ambos advogados de Bolsonaro; Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro; Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro César Lourena Cid, pai de Cid, general da reserva que foi colega de Bolsonaro na Aman e Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.
Com agências