Míssil Taurus lançado de caça | Foto: Reprodução

A maioria dos alemães se opõe a que o país forneça ao regime de Kiev mísseis de longo alcance que poderiam ser usados ​​para atingir alvos no interior do território russo, assinala uma pesquisa da RTL, a maior companhia de rádio e televisão europeia, e do canal n-tv, divulgada na terça-feira (08).

O estudo realizado pelo instituto de investigação Forsa em nome dos dois canais apontou que apenas 28% dos cidadãos alemães querem que seu governo forneça ao regime ucraniano mísseis Taurus, que carregam uma ogiva de 500 kg e têm alcance de cerca de 500 km, tornando-os potencialmente capazes de chegar a Moscou. Enquanto isso, uma clara maioria de 66% rejeita a ideia.

O Taurus é construído pelo fabricante europeu de mísseis MBDA e tem características semelhantes ao britânico Storm Shadow, podendo ser usado para atingir alvos de alto valor, tropas ou depósitos de combustível bem atrás das linhas de frente e tem a capacidade de destruir até bunkers no subsolo.

Zelenski solicita o Taurus desde pelo menos o final de maio. No entanto, na época, o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung afirmou que alguns membros do governo alemão estavam céticos em relação ao pedido, duvidando que Kiev usaria as armas de maneira sensata, potencialmente permitindo que o conflito “escalasse incontrolavelmente”.

Na semana passada, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, havia descartado tais entregas, dizendo que “não são nossa principal prioridade no momento” e apontando que os EUA até agora se abstiveram de uma ação semelhante.

Mas, o legislador ucraniano Egor Chernev afirmou que essa posição não é compartilhada por muitos parlamentares alemães e, no início desta semana, informou que os principais partidos do parlamento “chegaram a um consenso” sobre a entrega dos mísseis Taurus. “Finalmente, o gelo quebrou. Já há uma decisão oficial”, chutou.

Enquanto o governo da Alemanha duvidava na entrega de mísseis de longo alcance para a Ucrânia, Kiev já recebeu mísseis Storm Shadow, com um alcance de mais de 250 km do Reino Unido. No mês passado, a França também prometeu apoiar o país com foguetes SCALP de longo alcance.

Depois de receber essas munições fornecidas pelo Ocidente, a Ucrânia as usou para tentar atingir instalações civis e infraestrutura na cidade de Lugansk e na península da Crimeia.

Moscou repetidamente alertou o Ocidente contra “bombardear” a Ucrânia com armas, principalmente desse porte, sublinhando que esse tipo de assistência militar prolongaria as hostilidades, mas falharia em mudar o resultado final do conflito.

Fonte: Papiro