Foto: Roberto Parizotti/CUT

Na tarde desta segunda-feira (24), a ministra da Mulher, Aparecida Gonçalves, se reuniu com as centrais sindicais e entidades do movimento social para dialogar sobre a implementação da lei que determina pagamento de salário igual em funções iguais para homens e mulheres. O encontro ocorreu no Sindicato dos Químicos de São Paulo, no bairro da Liberdade.

A lei 14.611 de 2023, aprovada em 1° de junho e sancionada pelo presidente Lula, dispõe sobre a obrigatoriedade de igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens. “Não dá para acreditar que no século XXI, 2023, que há alguém na humanidade que é contra a igualdade salarial entre homens e mulheres, mas nesse país tivemos. E agora, temos o desafio de implementar essa lei e fazer ela acontecer”, disse a ministra.

Cida, como é chamada a ministra, destacou que o governo precisará do apoio das entidades sindicais para fiscalizar e se fazer cumprir a lei. Para a ministra, não pode ser responsabilidade somente do Ministério da Mulher e do Ministério do Trabalho, tem que ser responsabilidade de toda nação.

“Nós temos que colocar isso na pauta cotidiana e fiscalizar, se tivermos uma notícia onde uma mulher ganha menos que um homem exercendo a mesma função, temos que denunciar não toleraremos que a lei não seja cumprida. Nós temos que discutir a lei nos comitês populares, nos sindicatos, nos movimentos sociais, como é que de fato ela está implementada e como vamos fazer ela acontecer”, afirmou. 

A ministra também falou sobre o aumento dos casos de feminicídio e misoginia, frutos do discurso de ódio propagado pelo governo Bolsonaro. “No último governo o feminicídio aumentou, e o número de medidas protetivas não deferidas pelo judiciário também. Vamos ter que enfrentar a raiz do problema, que é o ódio que está colocado contra as mulheres do país, ódio esse que tem matado e violentado as mulheres, tenta calar a nossa voz e faz a misoginia aumentar”, disse.

Cida usou como exemplos o uso das redes sociais para propagar esse discurso onde os agressores “vão atrás de mulheres, jornalistas e políticas, fazendo com que elas sofram pedidos de cassação ou ameaças”. A ministra da Mulher encerrou a plenária convidando as entidades presentes para participar de uma campanha no primeiro dia de agosto. “Dia 1º de agosto convoco vocês a gravarem vídeos de 30 segundos e postarem em todas as redes sociais, dizendo que somos contra a misoginia, contra o ódio contra as mulheres, e vamos fazer uma marcha no país todo para dizer que nós mulheres temos e merecemos respeito!”, encerrou.

Fonte: Página 8