Pesquisa para a Prefeitura de SP traz Boulos na liderança com 26%
As eleições municipais irão ocorrer em outubro de 2024, mas as movimentações políticas e as pesquisas eleitorais já revelam parte do cenário que encontraremos no final do próximo ano. Em pesquisa eleitoral sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo, divulgada na terça-feira (18) pelo Instituto Gerp, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), está na liderança com 26% das intenções de voto.
Foram entrevistadas 800 pessoas em cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados.
Na segunda posição aparece o nome do também deputado Eduardo Bolsonaro (PL), com 18%, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou inelegível em julgamento do TSE.
O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), aparece em terceiro com 6%.
Veja todos os números:
- Guilherme Boulos – 26%
- Eduardo Bolsonaro – 18%
- Ricardo Nunes – 6%
- Tábata Amaral – 5%
- Rodrigo Garcia – 3%
- Kim Kataguiri – 2%
- Fernando Holiday – 1%
- Nenhum deles – 22%
- Não sabe/não respondeu – 17%
Rejeição
Quando se trata de rejeição Eduardo Bolsonaro lidera com 48%, seguido por Boulos 31% e Nunes com 11%. A pergunta feita foi: Em qual ou quais destes candidatos V. não votaria de jeito nenhum para Prefeito de SÃO PAULO? Mais algum?
Os resultados:
- Eduardo Bolsonaro – 48%
- Guilherme Boulos – 31%
- Ricardo Nunes – 11%
- Kim Kataguiri – 10%
- Feriado Fernando – 7%
- Tabata Amaral – 7%
- Rodrigo Garcia – 5%
- Poderia votar em qualquer um deles – 3%
- Não votaria em nenhum deles – 9%
- Não respondeu – 10%
Para a pesquisa foram entrevistadas pessoas maiores de 16 anos e que votam no município de São Paulo, entre os dias 10 e 17 de julho. A margem de erro é estimada em +/- 3,54 p.p., com um intervalo de confiança de 95,55%.
Confira a íntegra da pesquisa aqui.
Avaliação
O presidente municipal do PCdoB São Paulo, Alcides Amazonas, que já foi vereador da capital e deputado estadual, observa que a pesquisa é uma fotografia do momento, mas que “aparecer na frente é sempre positivo e demonstra a consolidação de Guilherme Boulos como uma importante liderança do campo progressista em São Paulo.”
O dirigente acredita que a construção da unidade em torno da campanha do deputado Boulos “terá êxito”.
“Para o PCdoB, a candidatura deve representar uma frente política mais larga, dialogar com os mais diversos setores, partidos, lideranças sociais, religiosas e empresariais, os agentes políticos e econômicos que atuam concretamente na cidade. A chapa majoritária deve buscar refletir essa amplitude. Foi isso que proporcionou a vitória de Lula e Alckmin em 2022, inclusive ganhando aqui na cidade. É preciso ter capacidade de unir os diferentes pelo bem da cidade e do povo de São Paulo”, coloca Amazonas.
Atual prefeito
Sobre Ricardo Nunes, o dirigente do PCdoB avalia que mesmo com a má condução da cidade, as alianças e o “caixa” da prefeitura podem fazer diferença para a campanha, mesmo com o atual prefeito largando de trás.
“O prefeito faz uma administração mal avaliada, a cidade está abandonada e refém de interesses poderosos que só tendem a agravar esse quadro. Vimos o Plano Diretor, por exemplo, que incentiva uma verticalização sem limites. Vemos o tratamento desumano dispensado à população da rua, a expansão e dispersão da Cracolândia, que só piora a cada solução “milagrosa”, que sempre é desastrada, tomada a toque de caixa. Mas, mesmo com tudo isso, a prefeitura tem muito dinheiro em caixa e possibilidade de realizar muitas manobras eleitoreiras. Além do que o prefeito tem uma base sólida de sustentação e tem atuado para ampliá-la”, afirma.
Cenário em 2024
De acordo com ex-deputado, a polarização do debate para as eleições municipais se dará conforme as candidaturas se efetivarem e as propostas forem confrontadas.
“Sempre existiu um grau de polarização nas eleições de São Paulo, dado que é o maior município do país. Mas também há muito o que se debater sobre os desafios da cidade. São Paulo tem quase 12 milhões de habitantes, 50 mil pessoas vivendo nas ruas, o centro da cidade está largado, as periferias também. A polarização pode acontecer, mas a partir do que cada campo tiver de proposta para enfrentar esses dilemas reais”, diz.
Sobre o cenário com base nos outros candidatos, o entendimento é de um bolsonarismo enfraquecido, no momento, mas que não deve ser tratado com desatenção, pois candidatos da extrema-direita podem se unir a candidaturas de centro.
“Quanto a outras candidaturas, o cenário ainda é muito incipiente. Bolsonaro perdeu na cidade de São Paulo, está fragilizado pela inelegibilidade e sabe que um nome “raiz” não emplaca, por isso, rifou o postulante de seu partido (Ricardo Salles) e acena ao prefeito, mas o movimento sofre resistência da turma mais radical do bolsonarismo. O risco para o prefeito é arcar com o ônus da rejeição e não ter todo o bônus da votação. De toda forma, seria muito ruim se aqui ocorresse uma união entre o centro e a extrema-direita. O desafio é saber diferenciar adversário político de inimigo. Inimigo só temos um, a extrema-direita”, completa Amazonas.
Repercussão nas redes
A pesquisa foi amplamente repercutida nas redes. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que disputou a prefeitura de São Paulo em 2020, utilizou o slogan de Boulos “Pra cima” e disse que o “desafio é juntar mais gente, juntar gente diferente, engrossar o caldo e fazer a Prefeitura governar para quem mais precisa.”
Já o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) destacou de forma irônica a rejeição de Eduardo Bolsonaro: “Pesquisa sobre eleição para prefeito em São Paulo mostra elevado índice do Eduardo Bolsonaro, quase 50%. Mas é o índice de rejeição ! ! !”
O presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, disse: “Mais uma pesquisa aponta a liderança de Guilherme Boulos nas intenções de voto para a prefeitura de São Paulo. Ainda é cedo e há muito trabalho pela frente até as eleições. Mas é bom saber que a esquerda tem alternativa na maior cidade do país.”
A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) também comentou a pesquisa: “SÃO PAULO PODE MUITO MAIS Vamos à luta, Guilherme Boulos! Fazer da nossa cidade território de esperança, de mudança, de direitos, e não de abandono, descaso e medo. Todo meu apoio!”