Lula reafirma disposição para combater a desigualdade em nível mundial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender o combate às desigualdades no âmbito internacional e reafirmou ter conversado com o Papa Francisco, além do Conselho Mundial de Igrejas, a respeito de uma campanha sobre o tema. A fala ocorreu neste domingo (23), durante a cerimônia de posse da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
“Já falei com o Papa Francisco, já falei com o Conselho Mundial de Igrejas, eu vou começar uma campanha mundial contra a desigualdade”, disse o presidente. Lula esteve no Vaticano, no dia 21 de junho, e afirmou ter tratado do assunto com o pontífice durante o encontro.
Lula salientou que “é necessário acabar com a desigualdade no mundo” e completou: “Tem gente procurando espaço para morar na lua e tem gente que não tem espaço para morar aqui na Terra. E nós precisamos é cuidar do povo aqui. Esse é o nosso planeta, essa é a nossa casa. E por isso nós vamos cuidar dela”.
O presidente defendeu que é preciso “acabar com a desigualdade racial, a desigualdade de gênero, a desigualdade de salário, a desigualdade de roupa, a desigualdade de educação, a desigualdade de saúde. Nós nascemos e temos o direito de viver a nossa vida dignamente e decentemente”.
Segundo pesquisa da Oxfam Internacional, nos últimos dez anos, o 1% mais rico da população global ficou com cerca de metade de toda riqueza criada no mundo. E em 30 anos, pela primeira vez, a riqueza extrema e a pobreza extrema cresceram simultaneamente.
O quadro se agravou ainda mais durante a pandemia: entre os anos de 2020 e 2022, os mais ricos ficaram com quase 2/3 de toda a riqueza produzida, cerca de US$ 42 trilhões, o que corresponde a seis vezes mais do que o total arrecadado por 90% da população mundial, formada por 7 bilhões de pessoas.
No Brasil, a desigualdade segue alta, apesar de ter apresentado queda desde o início da série histórica, em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua – Todos os Rendimentos, feita pelo IBGE. O rendimento domiciliar per capita da metade da população mais pobre subiu 18% no ano passado, para R$ 537 por mês, por conta de benefícios pagos. Ao mesmo tempo, no entanto, o ganho médio do 1% dos brasileiros mais ricos foi de R$ 17.447.