Melodia da Vida é a obra póstuma que será lançada na Livraria Anita Garibaldi, em São Paulo, às 16 horas.

Será neste sábado (22), às 16 horas, o lançamento de Melodia da Vida, o quinto livro de poesias do poeta Daniel Ilirian Carvalho, agora lançado postumamente pela Editora Anita Garibaldi. O sarau seguido de coquetel celebrará a vida de Daniel na Livraria Anita, à Rua Rego Freitas, 192, próximo ao metrô República, em São Paulo.

O poeta foi militante da União da Juventude Socialista (UJS) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mas faleceu cedo, aos 36 anos, em abril de 2017, em decorrência de um câncer. Nasceu no exílio de Tirana (Albânia), onde seus país José Reinaldo de cArvalho e Maria da conceição Tupinambá militavam pelo PCdoB.

Historiador, estudava a ruptura entre os revolucionários marxistas-leninistas com os revisionistas, que no início da década de 1960 levaram à crise do Partido Comunista do Brasil, que se reorganizou como PCdoB. Sua dissertação de mestrado também ganhará edição em livro, ajudando a contar o episódio da história brasileira.

Seus poemas foram publicados pela Confraria dos Poetas. Também participou da Antologia 40 Poetas em São Paulo, organizada pelo Sarau dos Conversadores, lançada em 2019. Agora, deixa mais este legado delicado de sua sensibilidade poética reunindo seus primeiros poemas.

“Podemos imaginar, ao ler os poemas deste volume, escritos – como faziam todos os seus companheiros e companheiras da Confraria dos Poetas e dos Conversadores – com a ferramenta do verso livre. Livre não só como opção formal e estética, mas também como mensagem, conteúdo, sentimento. Livre como essência do fazer poético”, diz seu pai, o jornalista e escritor José Reinaldo Carvalho, membro da direção nacional do Partido Comunista do Brasil e secretário-geral do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz.

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Um de seus poemas:

SORTE

(Daniel I. Carvalho)

“Vou aproveitar a sorte
De ter amigos como os que tenho
De ter visto sempre um norte

Sorte de caminhando
Sentir a brisa do vento
E o sol se levantando

Sorte de sentir o perfume
De cabelos sedosos
Ainda que gozassem de prazer
Em outros corpos

Sorte de mulheres,
Que companheiras ou amigas
Fizeram do carinho um bálsamo
Que curasse minhas feridas

Sorte de superar desamores
E poder respirar aliviado
Ainda que restando rancores
Ter em vista um aprendizado

Sorte de viver entre amigos
Tão queridos como só eles são
Sorte de saber que ainda pulsa o coração”

(por Cezar Xavier)