Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) teve uma queda maior do que o esperado em julho, registrando deflação de 0,07%. A medição, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou uma redução de 0,11 ponto percentual em relação à taxa do mês anterior, que havia avançado 0,04%. Trata-se da primeira deflação deste indicador em dez meses. 

O resultado surpreendeu os analistas de mercado, que projetavam queda de 0,03%, segundo informações da agência Bloomberg. Com essa redução, a alta acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 desacelerou a 3,19%, a menor elevação desde setembro de 2020 (2,65%).

Segundo a pesquisa, o principal impacto na queda veio da retração de -3,45% nos preços da energia elétrica residencial, após a incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de julho.   O bônus decorre de saldo positivo na Conta Comercialização da Energia Elétrica de Itaipu (Conta de Itaipu) em 2022, que neste mês beneficiou 81 milhões de unidades consumidoras. 

Além da energia elétrica residencial (-3,45%), a queda nos preços do botijão de gás (-2,10%) também influenciou a retração do grupo habitação (-0,94%), um dos que mais impactaram o índice geral. Já a taxa de água de esgoto (0,20%) está entre os itens que subiram. 

O grupo alimentação e bebidas também apresentou queda de -0,40%, sendo que alimentação em domicílio recuou -0,72%. Destacam-se nesse segmento o feijão carioca (-10,20%), o óleo de soja (-6,14%), o leite longa vida (-2,50%) e as carnes (-2,42%). Por outro lado, a batata-inglesa (10,25%) e o alho (3,74%) ficaram mais caros. Já a alimentação fora de casa aumentou em 0,46% em relação ao mês anterior. 

Outro grupo que registrou alta foi o de transportes (0,63%). “O avanço é explicado pelo aumento nos preços da gasolina (2,99%), que teve o maior impacto positivo (0,14 p.p.) entre os subitens pesquisados. O gás veicular também subiu (0,06%), enquanto o óleo diesel (-3,48%) e etanol (-0,70%) tiveram deflação. Com esses resultados, os combustíveis tiveram alta de 2,28% em julho”, aponta o IBGE. 

Queda nos juros

O resultado do IPCA-15 é mais um elemento a demonstrar que o atual cenário econômico é positivo. “O povo está vendo o país melhorar e o governo trabalhar para construir esse Brasil que queremos”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelas redes sociais.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também comemorou: “Boa notícia! O IPCA-15 apresentou queda de 0,07% em julho, menor que junho e que a expectativa de mercado. Por trás dos números, temos alimentos chegando mais baratos à mesa dos brasileiros e salários valendo mais. Esse é o Brasil que queremos”. 

O dado também reforçou a possibilidade de queda na taxa de juros, mantida em 13,75% pelo Banco Central. “A deflação é marcada pela baixa da conta de energia elétrica, gás de cozinha e alimentos. Com isso, mais uma vez, é comprovado que os juros extorsivos do Banco Central são injustificáveis. O que o Brasil precisa é juros baixos, mais investimentos, mais emprego e renda”, disse a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), pelas redes sociais. 

A deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), salientou que a “prévia da inflação, puxada pela redução do preço dos alimentos, registrou queda em julho, continuando a desaceleração. Em 12 meses, acumulou 3,19%, abaixo do centro da meta do BC. Ou seja, espaço de sobra pra baixar os juros”. 

Com agências

(PL)