Chanceler Bruno Rodríguez denuncia "escalada provocativa" de Washington contra Cuba | Foto: AFP

A invasão de um submarino nuclear dos Estados Unidos na baía de Guantánamo, ao leste de Cuba, foi condenada pelo Ministério das Relações Exteriores do país como uma “escalada provocativa, cujos motivos políticos ou estratégicos se desconhecem”. A entrada do local ocorrida na quarta-feira (5) passada até o último sábado (9) foi rechaçada como uma prática que soma a agressão à soberania ocorrida desde 1903.

“Sua presença neste momento nos obriga a questionar qual é a razão militar do evento nesta pacífica região do mundo, contra que objetivo é dirigido e que propósito estratégico persegue”, questionou o ministro Bruno Rodríguez.

Diante do questionamento cubano, os EUA responderam que continuará deslocando ativos a “sua” base militar caribenha. “Como o Pentágono já disse, continuaremos voando, navegando e movendo recursos militares onde o direito internacional permitir”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, interpretando Guantánamo como de sua propriedade.

Descaradamente, Miller justificou que os Estados Unidos mantêm Cuba na sua lista de países que patrocinam o terrorismo porque “ainda não cumpre os requisitos para sair”, sem levar em conta a ampla solidariedade internacional à Ilha nem o repúdio ao bloqueio norte-americano. Esta medida, que implica em inúmeras sanções contra a ilha, foi uma das últimas adotadas por Donald Trump antes de deixar o governo e que Joe Biden manteve.

Em reiteradas vezes o governo cubano exigiu a devolução dos 117 quilômetros onde está localizada a base de Guantánamo, tomada pelos Estados Unidos desde 1898, após a guerra de independência contra a Espanha. Desde 11 de janeiro de 2002, a base abriga uma prisão onde, até hoje, várias pessoas permanecem acusadas de terrorismo, embora muitas delas nunca tenham sido sequer julgadas, Guantánamo, em mãos de Washington, foi palco das mais estúpidas torturas denunciada inclusive por norte-americanos.

Documento recente exposto pelo relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos e a luta contra o terrorismo, Fionnuala Ní Aoláin, dos 800 reclusos que chegou a abrigar, restam 30, que ainda continuam sendo submetidos a tratamentos “cruéis, desumanos e degradantes”. O cárcere ganhou projeção, como em Abu Ghraib, em Bagdá, diante das sucessivas violações de direitos humanos, detenções ilegais e torturas realizadas pelos estadunidenses.

Fonte: Papiro