Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro reclamou da pressão para que indique outro nome para concorrer nas eleições presidenciais de 2026: “não morri ainda”.

“Não é justo, eu estou na UTI ainda, não morri ainda, alguém já querer dividir o meu espólio”, disse em entrevista concedida à Jovem Pan.

“Não tem nenhum nome ainda com conhecimento do Brasil todo para fazer o que eu fiz ao longo dos quatro anos. Bons nomes apareceram, mas não tem ainda esse carimbo para falar para o Brasil todo: ‘Estamos juntos para 2026’”, continuou.

Ele citou somente os nomes dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Por 5 votos contra 2, o TSE condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em reunião com embaixadores, em 18 de julho de 2022, quando mentiu sobre o processo eleitoral para se fazer de vítima.

Ele foi declarado inelegível até 2030.

Na entrevista à Jovem Pan, que é abertamente bolsonarista, disseminou fake news sobre a Covid-19 e endossou ataques à democracia. Jair Bolsonaro disse que a primeira coisa que mudaria em seu governo, caso pudesse, é seu “tom de voz”.

“Sempre fui explosivo” e “não deixaria de ser isso, talvez o tom de voz baixando um pouquinho”, disse.

Além disso, Bolsonaro repetiu a mentira de que o ataque terrorista do dia 8 de janeiro não foi realizado por seus apoiadores e que o único beneficiado foi o governo Lula, sugerindo envolvimento do governo na tentativa de golpe. Isso é zombar da inteligência do povo brasileiro.

“Quem fez aquele quebra-quebra não foi o nosso pessoal”, insistiu de forma mentirosa. Ele não comentou sobre a participação de seus apoiadores na tentativa de explodir um caminhão com combustível, no dia 24 de dezembro de 2022.

Sobre a pandemia de Covid-19, que matou, durante seu governo, mais de 700 mil brasileiros, Bolsonaro voltou a criticar o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por ter seguido as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Bolsonaro disse que Mandetta estava “enchendo linguiça, e não falando a verdade”, enquanto a orientação do governo deveria ser “dar liberdade para o médico” prescrever o remédio que quisesse, mesmo sem qualquer indício científico de que os efeitos seriam positivos. Felizmente Mandetta foi fiel à medicina e à ciência e não seguiu as receitas de charlatão.

Fonte: Página 8