Zyuganov em evento de homenagem em memória a Lenin | Foto: Evgeny Sinitsyny/Xinhua

“Na noite de 24 de junho, representantes do PMC ‘Wagner’ bloquearam as atividades das autoridades militares em Rostov e fizeram várias declarações altissonantes. Claro que o sanguinário regime de Zelensky está tentando tirar vantagem dessa situação. Apressadamente concentrou duas brigadas de fuzileiros navais para um possível ataque a Artyomovsk”, afirma a Declaração do Presidium do Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa, aprovada no domingo (25), sobre a situação criada no país pelo motim dos mercenários, pouco antes do acordo que o sustou ser anunciado.

“Nesta situação crucial, o apelo do Presidente da Federação Russa para a unidade de nossos concidadãos face às ameaças externas merece compreensão e apoio. As tentativas dos globalistas de destruir a Rússia se traduzem na necessidade de deixar de lado todas as ambições e defender a Pátria – como nossos pais e avós a defenderam”, enfatiza o PC.

“Deve ser lembrado que os exemplos mais marcantes de unidade nacional foram demonstrados pelo governo soviético. Diante da ameaça do fascismo, deu respostas que se tornaram a chave da Grande Vitória em maio de 1945. Vencendo a divisão de classes, reunindo as nações e os povos da URSS, superando os preconceitos nacionalistas, garantiu a verdadeira unidade nacional”, marca o documento assinado pelo presidente do partido, Gennady Zyuganov.

Alertando sobre os problemas que as privatizações e a diminuição do papel do Estado trazem para o povo, o PC aponta: “Os comunistas alertaram repetidamente que os métodos neoliberais são destrutivos para a Rússia em tudo – seja na economia ou na cultura, na vida social ou na construção de estruturas de poder. O próprio sistema de companhias militares privadas é um produto de visões liberais sobre a organização da sociedade. Apesar do heroísmo e do auto-sacrifício de lutadores do Wagner na luta contra o nazismo, a organização dos assuntos militares nos princípios dessa “Companhia Militar Privada” (PMC) é cruel. A força do vitorioso Exército Vermelho consistia, antes de tudo, em sua ligação de sangue com o povo”.

A declaração sublinha que “a situação mais uma vez levanta a questão da importância do controle público sobre as atividades dos órgãos estatais. O governo deve confiar no povo se quiser que o povo confie nele. Missões de combate e questões de segurança nacional não podem ser resolvidas por estruturas comerciais. As Forças Armadas exigem unidade de comando. Ao mesmo tempo, os cidadãos devem ter mecanismos de controle da atuação dos órgãos de segurança para que seus representantes não sejam tentados a aventuras”.

E, apontando para os problemas que o país enfrenta por se afastar de uma política nacional mais firme, insiste em que “uma solução efetiva e completa das tarefas de desmilitarização e desnazificação na Ucrânia só é possível com base em uma mudança no antigo curso na própria Rússia. A rejeição total do neoliberalismo na vida do Estado é um imperativo urgente dos tempos. A implementação de um novo programa de criação e desenvolvimento não pode mais ser adiada nem por um único dia”.

“Com a intensificação das hostilidades na frente de batalha, o motim militar na retaguarda do exército no campo deve ser liquidado. Devemos parar com esta provocação e fazer tudo para a vitória completa sobre o fascismo na zona da operação militar especial. Os objetivos da desmilitarização e desnazificação da Ucrânia são uma questão de futuro dos povos russo e ucraniano, de todos os povos do vasto espaço eurasiano e de todo o mundo”, defende.

“O inimigo será derrotado! A vitória será da nossa gente!”, conclui.

Fonte: Papiro