Foto: Murilo da Silva

Nesta segunda-feira (12), representantes do movimento sindical estiveram reunidos com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), como parte das plenárias do Plano Plurianual Participativo (PPA) desenvolvido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), no qual as centrais participam. Na ocasião, foi entregue para Tebet a resolução da 3ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat 2022).

Ao falar sobre as reuniões que participa, a ministra elogiou a plenária com os sindicalistas, pois, segundo ela, o documento da Conclat já é um PPA completo para área trabalhista.

“Vocês já fizeram o PPA dos trabalhadores brasileiros. Está aqui, é isto que nós queremos”, disse Tebet com o documento da Conclat em mãos.

O vice-presidente nacional da CTB, Rene Vicente, que esteve na plenária disse que o reconhecimento das resoluções da Conclat é fundamental. “Foi importante este encontro com a ministra do Planejamento porque ela reconhece o nosso documento, que é pautado na questão do desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda. São 63 itens que apontam para a retomada do crescimento econômico, então entendemos que foi importante este reconhecimento das teses da resolução da Conclat como um PPA dos trabalhadores, que sirva para pautar o governo na retomada do crescimento e para que a gente consiga combater esta brutal desigualdade que ainda impera no país”, disse Vicente.

 Já o secretário nacional de Movimento Sindical do PCdoB e dirigente nacional da CTB, Nivaldo Santana, ressalta a aproximação com o governo e a pressão dos sindicalistas pela queda dos juros.

“Esta plenária sindical com a ministra Simone Tebet teve uma importância política no sentido de estreitar as relações do movimento sindical brasileiro com o conjunto do governo. Também aproveitamos a realização da plenária para unificar o entendimento que a retomada do crescimento econômico, geração de emprego e a reindustrialização precisam, necessariamente, passar por uma grande redução da taxa de juros. Então estamos mobilizando o conjunto do movimento sindical para travar essa campanha para derrubar a taxa de juros criminosa praticada pelo Banco Central”, coloca Santana.

PPA e reforma tributária

Em sua fala, a ministra falou da missão dada pelo presidente Lula: “Simone, você vai percorrer as 27 unidades da federação brasileira para ouvir o que o povo quer na educação, na saúde, na segurança pública, nas relações de trabalho, na moradia, para o campo”.

Ela explicou que este planejamento vai orientar o orçamento brasileiro para os próximos 4 anos, 2024 a 2027, sendo que deve ser apresentado até agosto e aprovado até o final deste ano. “Para onde vão os 5 trilhões de reais que são arrecadados pelo governo federal? Essa é a importância do PPA”, explicou

Tebet também destacou que o trabalho tem sido feito com base na “obsessão” do presidente Lula, que é a criação de postos de trabalho.

“A geração de emprego é a obsessão do presidente Lula. E não qualquer emprego, emprego de qualidade. Não bico, não informalidade, não uberização, mas emprego com carteira de trabalho. Diante disso, estamos aqui para ouvir vocês e achar uma alternativa justa para os trabalhadores”, colocou ao dizer que é preciso encontrar um equilíbrio com as novidades trazidas pela tecnologia, respeitando a seguridade social pelo trabalho.

Por fim, ela fez um apelo para os presentes apoiarem a reforma tributária, como uma das poucas alternativas que tem em vista ao propósito de serem criados mais empregos e um ambiente para o desenvolvimento.

“Como fazer o Brasil crescer com esse sistema tributário que nós temos? É importante cuidarmos do fiscal para a inflação não disparar, por outro lado só temos uma bala de prata que é a reforma tributária. Porque o sistema tributário brasileiro hoje penaliza muito as indústrias. É bom para o agronegócio, não é ruim para o setor de serviços, mas é péssimo para as indústrias que não conseguem competir com as indústrias estrangeiras. Mas a reforma tributária que está lá resolve este problema, porque ela simplifica e reúne impostos, tributando no consumo para diminuir a sonegação e aumentar a arrecadação sem aumentar impostos, e vai diminuir a carga tributária para a maioria absoluta das indústrias brasileiras”, falou Tebet ao pedir para os sindicalistas que defendam a reforma no Congresso Nacional”, disse.

Na parte da manhã a ministra esteve reunida com empresários e representantes da sociedade civil, situação em que disse o ambiente para a queda de juros pelo BC foi criado pelo governo.

Estiveram no encontro com o movimento sindical, o secretário Executivo do CDESS, mais conhecido como ‘Conselhão’, Paulo Pereira; e do Ministério de Tebet, a secretária nacional de Planejamento, Leany Lemos; o secretário de Monitoramento e Avaliação para o Aperfeiçoamento de Política Públicas, Sérgio Firpo; e o secretário de Articulação Institucional, Totó Parente.

Por parte do movimento sindical, ainda estiveram: Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores); Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores); Miguel Torres, presidente da Força Sindical; Mônica Veloso, dirigente da Força Sindical; Nilza Almeida, secretária-Geral da Intersindical; Nailton da Nova Central Sindical; José Gozze, presidente da Pública; além do vereador e presidente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Hélio Rodrigues, representantes da CSB e demais membros do ‘Conselhão’.