Legenda: Raúl Castro se encontra com o presidente iraniano, Seyed Raisi | Foto: Divulgação

O presidente do Irã, Seyed Ebrahim Raisi, retornou na última sexta-feira (16) à Teerã após cinco dias de visitas, passando por Cuba, Venezuela e Nicarágua, onde assinou dezenas de acordos de cooperação estratégica nas mais variadas áreas como saúde, ciência, tecnologia, defesa e energia.

Na oportunidade, além dos presidentes e principais lideranças políticas do conjunto dos países, o dirigente iraniano e seus ministros da Saúde, Cultura, Petróleo e Diplomacia Econômica também se encontraram com empresários, cientistas e acadêmicos, fortalecendo o caminho da independência nacional e estreitando relações de solidariedade sob o signo da unidade contra o hegemonismo norte-americano.

Durante sua visita a Havana, Ebrahim Raisi assinou acordos com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel em áreas como relações exteriores e consultas políticas, no campo aduaneiro, intercâmbio de informações e desenvolvimento de quadros, além de comunicações e tecnologia, além de um acordo entre os ministérios da Justiça.

Recordando a história de décadas de cooperação entre Cuba e a República Islâmica no campo da saúde e da indústria de biotecnologia, a visita ao Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) reiterou o tanto de avanço nessas áreas e se projetou o quanto ainda se pode alcançar em benefício da saúde de ambos os povos.

Durante a jornada de trabalho, na qual Díaz-Canel esteve acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, e pelo ministro da Saúde Pública, José Angel Portal Miranda, a delegação iraniana recebeu uma explicação detalhada do potencial existente para promover o intercâmbio, especialmente no campo da produção de medicamentos e vacinas, bem como na transferência de tecnologia para esse fim.

A vice-presidente da BioCubaFarma, Mayda Mauri, ressaltou a ampla gama de produtos inovadores desenvolvidos pelo grupo, atualmente composto por 46 empresas e cerca de 20 mil trabalhadores. Gostaríamos de confirmar, enfatizou Mayda, “a vontade de continuar desenvolvendo um relacionamento estratégico com nossos irmãos iranianos nesse setor de biotecnologia e indústria farmacêutica”.

Em encontro com Raisi, Raúl Castro, agradeceu o apoio do governo iraniano à luta de Cuba contra o injusto bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos, enfatizando que ambas as nações souberam defender sua independência e soberania.

O diretor-geral da instituição, Vicente Vérez Bencomo, recordou dos vínculos de cooperação no campo da pesquisa, que têm sua gênese na colaboração histórica estabelecida entre o Instituto Pasteur do Irã e o Instituto Finlay de Vacinas (IFV), para o trabalho conjunto com a vacina cubana contra o pneumococo. “Essa relação de transferência e co-desenvolvimento foi o ponto de partida para o único acordo assinado por Cuba para a transferência da tecnologia da vacina cubana contra a SARS-COV-2 durante os momentos complexos de enfrentamento da pandemia da Covid-19”, assinalou Vérez Bencomo, acrescentando que foi assinado “não apenas por causa da irmandade de nossos povos, mas também por causa do progresso que fizemos no projeto inicial”.

“Estamos prontos para seguir avançando na construção de um mundo novo. O Irã está desempenhando um papel muito importante como uma das potências emergentes do mundo novo”, enfatizou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Somente em Caracas foram assinados 25 acordos de cooperação, incluindo as áreas de economia e defesa.

Na Nicarágua, durante reunião com o presidente Daniel Ortega, o líder iraniano fechou três acordos: com o objetivo de desenvolver a cooperação entre os governos dos dois países em matéria econômica, comércio, ciência e tecnologia; para estreitar o sistema judiciário de ambos países e entre os seus ministérios de Saúde.

O presidente iraniano reiterou que a vontade dos povos do mundo sempre foi respeitada e disse acreditar que “se a vontade dos povos dominar o mundo e levar em conta suas preferências, o imperialismo terá que abandonar seu objetivo”. “Se os governantes tivessem respeitado a decisão do povo, as condições de vida em todo o planeta seriam muito diferentes de hoje”, sublinhou.

Como relembrou a mídia iraniana, frases como “relações estratégicas”, “negação de pressões externas”, “luta contra as potências imperialistas”, “ineficácia das sanções americanas”, “política externa independente”, “países revolucionários contra o status quo”, “respeito à independência dos países” e “Justiça global” estiveram entre as palavras-chave mais importantes nas consultas desta viagem.

Fonte: Papiro