Pesquisas mostram otimismo do consumidor com a economia
Duas pesquisas recentes apontam que a melhora do contexto econômico brasileiro está influenciando positivamente a percepção da população. Segundo o Instituto Ipsos, em junho, o Índice de Confiança do Consumidor, monitorado em 29 países, aponta o Brasil como terceiro do mundo, melhor resultado em dez anos.
A taxa brasileira é de 58,6 pontos, 3,2 pontos acima do mês anterior, e fica atrás apenas da Indonésia (65,9) e da Tailândia (58,7). A escala vai de zero a 100 e mede o grau de confiança em relação ao consumo e a percepção sobre o cenário político. Também fica bem acima da média global, de 47,4. Além disso, o Brasil foi o segundo país com maior crescimento das expectativas em junho.
“Desde outubro do ano passado, o cenário pós-eleição, como sempre ocorre, gerou um aumento progressivo do indicador, uma tendência que se estabilizou em um índice positivo nos últimos meses”, diz Marcos Calliari, CEO Ipsos.
Segundo Calliari, com a mudança ocorrida neste mês, o Brasil volta a superar o México e agora “figura como a nação mais otimista” na América Latina. Ele salienta ainda que “muito desse ânimo brasileiro refletido no aumento do índice deste mês pode ser justificado por uma série de boas notícias econômicas que tivemos neste período, como o número forte do PIB do primeiro trimestre recém-anunciado, a queda do dólar, a bela subida do mercado de ações, além de algumas medidas como o programa de carro popular”.
Outra pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (26), vai no mesmo sentido. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 4,1 pontos em junho, chegando a 92,3 pontos. No caso das médias móveis trimestrais, o índice apresenta alta pelo terceiro mês consecutivo, em 1,8 ponto, para 89,1 pontos.
Tal avanço reflete o resultado de outros dois índices. Segundo a FGV, pelo segundo mês consecutivo há melhora no Índice de Expectativas (IE) que sobe 3,6 pontos, para 104,0 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) avança 4,4 pontos, para 75,7 pontos, e alcança o maior nível desde março de 2020, (76,1 pontos) no início da pandemia de Covid-19.
Na avaliação de Anna Carolina Gouveia, economista do FGV- Ibre, “em junho, a recuperação da confiança do consumidor foi motivada tanto pela melhora da percepção sobre a situação corrente quanto das expectativas para os próximos meses, além de ter sido disseminada entre todas as faixas de renda da pesquisa. O indicador que mede a intenção de consumo de bens duráveis nos próximos meses foi o principal impulsionador do resultado no mês, sugerindo uma redução do pessimismo na intenção de gastos, frente ao alívio da inflação e a expectativa de queda dos juros no futuro”.