Lula na Eletra | Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (2) da inauguração de uma nova linha de produção de ônibus elétricos, em São Bernardo do Campo. Ele defendeu a indústria nacional e enfatizou que o Estado tem que defender a produção e os empregos do país.

Lula discursou durante a solenidade de inauguração das novas instalações da fábrica de ônibus Eletra Tecnologia de Tração Elétrica, empresa brasileira líder em transporte público sustentável, com sede no ABC paulista.

Em seu discurso, Lula denunciou o processo de desindustrialização que vem ocorrendo no Brasil.

“Atacaram a indústria nacional de todas as maneiras. Diziam que quem não tem competência não se estabelece. Que era melhor comprar do estrangeiro do que fabricar aqui dentro. O resultado é que hoje a indústria que já foi 30% do PIB está em 11% do PIB”, denunciou o presidente.

“Todas as nossas indústrias de autopeças fecharam. A Metal Leve, uma empresa extraordinária, de um empresário extraordinário, foi vendida”, assinalou o chefe do Executivo federal.

A Eletra inaugurou um novo prédio de 27 mil metros quadrados, localizado na Via Anchieta, com capacidade para produzir 150 ônibus elétricos por mês ou até 1,8 mil por ano. A ampliação das instalações faz parte de um plano de investimento de R$150 milhões.

Lula parabenizou a iniciativa dos criadores da fábrica e disse que daqui a algum tempo “virão empresas estrangeiras e vão dizer que o veículo estrangeiro é melhor que o nacional, etc.”. “Nessa hora é que há a importância do Estado. Cabe ao Estado defender a indústria nacional”, destacou o presidente.

Ele chamou a atenção para a importância do “Estado investir e garantir a indústria brasileira competitiva frente ao mercado internacional”.

O presidente Lula disse também que no começo é sempre muito difícil para a indústria. “O ônibus elétrico é muito mais caro que um ônibus normal. Mas no funcionamento, ele vai custar 73% a menos que um ônibus a diesel. Por isso, cabe ao Estado brasileiro garantir a sobrevivência da indústria nacional”, lembrou o chefe do Executivo.

“É preciso fazer isso para que a gente possa ser competitivo com o mundo exterior. Então, se nós temos que comprar alguma coisa, temos que privilegiar o produto brasileiro, que gera empregos no Brasil”, acrescentou o mandatário.

“Na negociação Mercosul/União Europeia, os europeus querem que o governo brasileiro abra as compras governamentais para os seus produtos e serviços, mas nós não vamos fazer isso. Se eles não aceitarem a posição do Brasil, não tem acordo. Porque nós não podemos abdicar das compras governamentais que são a oportunidade das pequenas e médias empresas sobreviverem no Brasil”, garantiu o presidente da República.

Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, também participou da solenidade junto com outros ministros. Ela destacou os avanços do Governo Federal para a educação, pesquisa e inovação. Citou, especificamente, a reativação do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia, antes ignorado pela administração federal. “Vamos ter agora R$ 10 bilhões para a ciência e a tecnologia. O Brasil voltou, a ciência voltou, viva o povo brasileiro, viva as universidades do Brasil”, saudou.

“Mais de 95% da produção científica se dá na universidade e nos institutos de pesquisa. Por isso, nós não consideramos as universidades um lugar de balbúrdia. Muito pelo contrário, consideramos um espaço de excelência e produção de conhecimento”, prosseguiu a ministra Luciana, ao fazer referência à forma como as universidades brasileiras foram tratadas durante o desgoverno Bolsonaro.

Além da ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, Lula estava acompanhado dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; da Educação, Camilo Santana; das Mulheres, Cida Gonçalves. dos Portos e Aeroportos, Márcio França; dos Transportes, Renan Filho; Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; e do Trabalho, Luiz Marinho.

Fonte: Página 8