Roteiristas e demais categorias que trabalham no setor tomaram as ruas de Los Angeles | Foto: Divulgação

Cerca de cinco mil escritores e roteiristas de cinema e televisão tomaram as ruas de Los Angeles, nos Estados Unidos, quarta-feira (21), para exigir aumento salarial e melhores condições de trabalho. Nas faixas e cartazes, os manifestantes também estamparam a preocupação com o destino da empobrecida vida cultural, cada vez mais dirigida pelas multibilionárias empresas de entretenimento, como Disney, Fox, Amazon, Netflix e Sony.

Por mais de 50 dias, quase dez mil roteiristas da WGA estão em greve contra a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), representante destas megaempresas que estão tentando eliminar a maioria dos trabalhadores em tempo integral e transformar a profissão em meio período ou “trabalho temporário”.

Não houve qualquer negociação desde o início da paralisação e, aproveitando-se da frágil legislação sindical existente, os donos das empresas estão tentando burlar qualquer conquista ao fazer “acordos” com entidades de apaniguados.

O ator, produtor e diretor Johnny Ray Gill disse que se somou aos roteiristas porque é inaceitável que os trabalhadores da indústria cultural sejam obrigados a paralisar para fazer com que “os bilionários e acumuladores de riqueza” repassem migalhas. “Joe Biden impediu que os ferroviários entrassem em greve e ninguém nunca fala sobre isso. Se temos uma mídia que não educa as pessoas sobre o que está acontecendo em suas próprias comunidades, como podemos revidar?”, questionou.

Johnny disse que estava lendo um livro de Howard Zinn sobre a Grande Depressão e que recorda as pessoas cultivando laranjas, quando vieram guardas armados e bloquearam o acesso às árvores para que não pudessem conseguir ter acesso à comida. “A riqueza está nas mãos de algumas poucas corporações selecionadas. Portanto, temos os recursos para resolver esses problemas, sejam para os sem-teto ou para os cuidados da saúde, o que falta é prioridade”, acrescentou.

Fonte: Papiro