Com economia em alta, quase 90% dos reajustes têm aumento real
Os bons resultados econômicos nos primeiros meses de governo Lula beneficiaram os trabalhadores de categorias com data-base em maio. Quase 90% das negociações dessas categorias foram concluídas com aumento real (acima da inflação).
É o que aponta o boletim De Olho nas Negociações, produzido mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Até 6 de junho, o Dieese compilou 759 convenções e acordos coletivos da data-base maio. A inflação acumulada no período (junho de 2022 a maio de 2023) foi de 3,83%, conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
O levantamento aponta que 88,4% das negociações ficaram acima da inflação. Em 11,1% dos acordos, houve apenas a reposição do percentual do INPC. Já 0,5% foi reajustado abaixo da inflação do período.
“Desde 2018, quando o Dieese passou a acompanhar os acordos e convenções coletivas do Mediador, apenas em cinco ocasiões o percentual de reajustes acima da inflação ultrapassou a marca de 80%”, informou o boletim.
Outra boa notícia: a inflação controlada sob o governo Lula tem ajudado a inibir uma das práticas mais nefastas dos patrões – os reajustes parcelados. Dos acordos com data-base em maio já fechados, apenas 0,5% preveem aumentos aplicados em duas ou mais parcelas. Há um ano, em maio de 2022, o índice foi de 15,1%.
De acordo com o boletim do Dieese, “o percentual pequeno é devido principalmente à queda na taxa de inflação: quanto menor a inflação, mais fácil para os sindicatos negociarem reajustes pagos em uma única parcela na data-base”.
Reflexos de uma economia em alta, os números de maio elevaram a média de reajustes reais acumulados neste ano. De 4.550 reajustes analisados pelo Dieese até 6 de junho, 72,2% ficaram acima da inflação do respectivo período, 21% tiveram reposição e 6,5% perderam valor real. “A variação real média dos reajustes de 2023 está em 0,99% acima do INPC”, conclui o Dieese.