Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou na manhã desta terça-feira (27) requerimento do líder do governo, senador Randolfe Rodrigues, para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, compareça novamente ao colegiado para dar explicações sobre a absurda taxa de juros que está em 13,75%.

“Foi aprovado! A Comissão de Assuntos Econômicos aqui do Senado aprovou meu requerimento para que Campos Neto venha explicar ao país as razões da manutenção das altas taxas de juros. Quem sabota nossa economia precisa dizer a quem serve. Ao povo brasileiro que não é!”, escreveu Randolfe nas redes sociais.

Campos Neto esteve na CAE em 25 de abril deste ano, ocasião em que tentou explicar as razões da taxa básica de juros, a Selic, permanecer em 13,75 desde agosto de 2022. Como a inflação está em baixa, o Brasil tem cada vez mais a maior taxa de juros reais (descontada a inflação) do mundo. Atualmente, o juro real está em 9,81%.

No requerimento, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) afirmou que o “Brasil está estupefato” diante da sétima vez consecutiva, o Copom ter mantido a taxa de juros.

“O choque com a decisão do Copom é de fácil compreensão. O Brasil passa por um claro processo de redução da inflação. O IPCA dos últimos meses tem sido reiteradamente abaixo das expectativas, e desacelerou para apenas 0,23% em maio. A projeção de IPCA para 2023 do Relatório Focus — que o Banco Central afirma tanto levar em conta em suas decisões — caiu de mais de 6% para pouco mais de 5% nas últimas semanas. Já a prévia do IGP-M trouxe a maior deflação da história: 6,7% negativo no acumulado em 12 meses. E, talvez ainda mais importante, as expectativas de inflação para 2024 estão dentro do intervalo de flutuação da meta”, disse Randolfe.

Além de Randolfe, outros três senadores apresentaram requerimentos para chamar Campos Neto. São eles: Ciro Nogueira (PP-PI), Rogerio Marinho (PL-RN) e Plínio Valério (PSDB-AM).

Campos Neto não pode ser convocado a comparecer em razão da lei de autonomia do BC. Ele só pode ser convidado, quando não há obrigatoriedade de comparecer. Ele tem mandato de 4 anos e não pode ser demitido pelo presidente da República.

Cabe ao Senado tomar alguma medida para destituí-lo Campos Neto do cargo.

O presidente Lula tem feito críticas aos juros extorsivos praticados pelo Banco Central, presidido por Campos Neto.

Lula disse que estava cobrando dos senadores uma avaliação se Campos Neto tem cumprido com suas obrigações de acordo com a legislação que estabeleceu a autonomia da instituição.

“Tenho cobrado dos senadores, eles que colocaram esse cidadão lá. Então são eles que têm que ver se ele está cumprindo aquilo que foi a lei aprovada para ele cumprir. Na lei aprovada, ele tem que cuidar da inflação, do crescimento econômico e da geração de empregos”, disse.

Com informações da Agência Senado

Fonte: Página 8