Foto: Divulgação

Funcionários da Eletrobrás, representantes das centrais sindicais, de movimentos populares, parlamentares, além de trabalhadores de categorias como petroleiros e marítimos participaram de um ato em frente à sede da Eletrobrás, no Centro do Rio de Janeiro, em defesa da reestatização da Eletrobrás e Fundações do Sistema Eletrobrás, contra as demissões dos trabalhadores e contra o desmonte do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), vinculado à holding.

O ato, convocado pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, também manifestou apoio à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que pede, no Supremo Tribunal Federal (STF), a retomada do poder de voto da União na Eletrobrás, que detém 43% das ações, mas apenas 10% dos votos nas assembleias decisórias da empresa. A ADI foi impetrada pela AGU (Advocacia Geral da União), e assinada também pelo presidente Lula.

Portando faixas e cartazes com os dizeres “Se o povo brasileiro tem 43% da Eletrobrás, por que só vota com 10%? Abaixo o eletrogolpe!”, ou “A Eletrobrás foi sequestrada do povo brasileiro. Vamos tomar de volta””, lideranças se revezavam ao microfone pedindo a destituição imediata do Conselho de Administração, e denunciando que a privatização perpetrada pelo governo Bolsonaro, concluída em junho de 2022, “foi um roubo conduzido pela 3G Radar, acionista privada de Jorge Paulo Lemman que hoje manda na Eletrobrás e que recentemente quebrou a Light e as Lojas Americanas”.

Sobre os votos da União, Felipe Araújo, diretor da Associação dos Empregados de Furnas, explica: “O governo brasileiro tem a maioria das ações, quase 43%, no entanto, seu poder de voto é de apenas 10%. Com isso, mesmo que a posição do governo seja contrária a alguma medida da atual direção da Eletrobrás, pode perder. Isso ocorreu recentemente quando o governo Lula quis manter a representação dos trabalhadores no Conselho de Administração, mas foi voto vencido. É de responsabilidade do Conselho de Administração reorganizar e reestruturar a empresa, pode barrar demissões em massa, por exemplo, entre outras demandas”.

Os manifestantes também denunciaram que desde a entrega ao capital privado, a direção da empresa tem feito reiterados ataques aos direitos dos trabalhadores, aos fundos de pensão, além das demissões, perseguição, precarização das condições de trabalho e acidentes fatais nas áreas operacionais da Eletrobrás. Os oradores também denunciaram os altos salários dos administradores da empresa.

As lideranças pediram investigação rígida do processo de venda da Eletrobrás e das consultorias contratadas de forma irresponsável e sem transparência pela direção da companhia.

“Depois de privatizarem a empresa, agora querem acabar e massacrar, destruir e quem sabe até provocar um apagão no sistema, com esse projeto descontrolado que estão tentando fazer com a Eletrobrás”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Paulo de tarso, presente à manifestação.

Fonte: Página 8