Otto Alencar | Foto: Pedro França/Agência Senado

A sessão de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga a tentativa frustrada de golpe dos bolsonaristas de 8 de janeiro e a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, já iniciou com uma bronca do senador Otto Alencar (PSD) ao senador Marcos do Val (Podemos).

“Vossa excelência está sendo antiético, interrompendo o seu colega. Ninguém interrompeu vossa excelência. Eu sei da sua procedência na polícia, mas aqui é Senado. Aqui não é delegacia de polícia. Vossa excelência se mantenha calado”, disparou Otto a Marcos do Val que havia se engalfinhado com o senador Eduardo Girão (Novo).

A reunião de instalação da CPI do Golpe é presidida inicialmente pelo senador Otto Alencar (PSD), parlamentar de maior idade entre os integrantes. Logo no início, o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA) foi eleito presidente da CPI. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) ficou com a relatoria. O senador Cid Gomes (PDT-CE) virou o vice-presidente.

A senadora Eliziane Gama fez seu primeiro discurso reforçando a importância da participação feminina. Ela lembrou que as mulheres não tinham nenhuma vaga no começo da CPI da Covid e hoje ocupam a relatoria de uma comissão de muita visibilidade.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que já começou tentando tumultuar os trabalhos, reclamou da indicação de Eliziane Gama para a relatoria. Ele disse que ela não tem imparcialidade porque mantém amizade de longa data com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), maranhense como ela.

A instalação da CPMI reunirá os 32 parlamentares titulares, 16 senadores e 16 deputados e os 32 suplentes, também divididos igualmente de acordo com cada casa legislativa. O inquérito terá um prazo de 180 dias para apurar os crimes ocorridos na invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal federal (STF).

Os ataques culminaram na prisão de mais de mil bolsonaristas, inclusive a do ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. No exercício do cargo, ele desmontou a estrutura de Segurança do DF e tirou férias e, quando houve os atos, ele estava nos Estados Unidos. Ele é investigado por participação na tentativa de golpe de Estado.

Fonte: Página 8