Foto: Fernando Antunes/ CMPA

A vereadora Biga Pereira, do PCdoB de Porto Alegre, denunciou, na tribuna da Câmara Municipal, a desassistência à saúde na cidade, que tem apenas 1/3 de sua população atendida pelos programas de Saúde da Família e vem sofrendo com a superlotação em vários hospitais, sobretudo devido às doenças respiratórias agravadas pelo frio. 

“Recebemos em nosso gabinete trabalhadoras do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que relataram a preocupação com os casos de gripe por vírus respiratórios, em especial na população pediátrica”, contou a vereadora, em pronunciamento feito na tribuna da Câmara Municipal. “A Unidade de Terapia Intensiva pediátrica do hospital, que tem capacidade para 16 vagas, chegou a receber 27 pacientes na última semana”, explicou. 

Ainda de acordo com essas profissionais, a maior parte dos casos atendidos, 94%, é de crianças com menos de 4 anos de idade, as mais impactadas pelas doenças do frio.

No final de março, a Câmara autorizou o Executivo municipal, que tem à frente o prefeito Sebastião Melo (MDB), a contratar, de forma temporária, auxiliares de farmácia, biomédicos, enfermeiros, farmacêuticos, médicos especialistas e técnicos em enfermagem. 

A contratação prevista na proposta votada e aprovada tem prazo de 180 dias, sem prorrogação, para atender às necessidades temporárias durante a Operação Inverno de 2023.  Os profissionais vão atuar no HPS, no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (DAHU/PACS). Porém, o edital de contratação destes profissionais foi publicado apenas no dia 22 de maio, quando a cidade já sofria com piora nas internações. 

“O projeto aprovado em março na Câmara auxiliaria a sanar, parcialmente, as questões da superlotação das emergências tão comuns no inverno. Porém, a Prefeitura não parece interessada em resolver os problemas da população, nem mesmo de forma temporária”, salientou a vereadora.

A superlotação das emergências não é novidade em Porto Alegre, especialmente com a chegada das temperaturas mais baixas e o aumento das doenças típicas do período. 

De acordo com matéria publicada no jornal Correio do Povo no dia 24 de maio, o GHC, maior da rede 100% SUS do Brasil, está com os números de atendimento próximos aos do período agudo da Covid-19.

O Hospital São Lucas, da PUC-RS, fechou a pediatria com atendimento pelo SUS, e no Hospital Santo Antônio, do complexo Santa Casa, a UTI pediátrica só atende com as vagas reguladas. 

Com assessoria Biga Pereira

(PL)