Foto: Alan Santos/PR

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) teria destinado cerca de R$ 2,4 milhões a aliados dos líderes do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Câmara e no Senado, além de um dos principais assessores do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) entre os anos de 2021 e 2022.

A revelação foi feita pelo portal UOL nesta sexta-feira (19). A reportagem mostra que os destinatários dos pagamentos foram contratados em projetos de pesquisa com folhas de pagamento sem transparência, sobretudo às vésperas da campanha eleitoral do ano passado. Os recursos públicos usados para os pagamentos tinham como origem o estado do Rio de Janeiro e a União, transferidos por órgãos do governo chefiado por Cláudio Castro (PL).

Vinte aliados do deputado bolsonarista Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara, teriam sido beneficiados com R$ 2 milhões do projeto Escola Criativa e de Oportunidades (ECO), viabilizado pela universidade.

Além deste grupo, a reportagem também apontou como favorecidos um assessor e a mãe de Carlos Portinho, líder do PL no Senado; Rogério Cupti de Medeiros, assessor de Carlos Bolsonaro, e uma tia do assessor.  Somente Cupti teria recebido R$ 87,4 mil brutos, entre julho e novembro de 2022, relativo a um projeto de educação profissional. A tia, Márcia Toffano Mattos, recebeu R$ 91 mil. Vale salientar que Cupti foi responsável por desenvolver o app Bolsonaro TV “de graça”, de acordo com o portal Metrópoles. 

Também foi identificado na folha de pagamento dos projetos da Uerj o ex-vereador de São Pedro D’Aldeia (RJ), Ediel Teles dos Santos, conhecido como Ediel do Espetinho, apoiador de Côrtes. Ele, assim como os demais aliados do deputado do PL, teria atuado, de acordo com a Uerj, em “gestão estratégica, voltada para atividades de melhoria e qualificação dos processos de gestão desenvolvidos na Secretaria Estadual de Educação”. Ediel recebeu R$ 94,3 mil brutos, entre janeiro e outubro, mesmo não tendo demonstrado conhecimento na área. 

Presa por suspeita de “rachadinha” na Operação Furna da Onça — realizada pelo Ministério Público Federal em 2018 —, Shirlei Martins Silva, também apoiadora de Côrtes, teria recebido mais de R$ 84 mil entre agosto de 2021 e fevereiro de 2022. Da mesma forma, foi apontado como suposto beneficiado, de R$ 192 mil, o tesoureiro de campanha de Côrtes, Laércio de Andrade. 

Segundo o UOL, “a Uerj disse que ‘vem apurando rigorosamente todas as denúncias apresentadas de supostas irregularidades’. Assessores de Côrtes, Portinho e Carlos Bolsonaro negam que eles tenham tido influência nas contratações”. 

Com informações do UOL

(PL)