Desde fevereiro o Ministério da Saúde em Madri não negocia com a categoria | Foto: CCOO Madrid

Erguendo faixas e cartazes contra o abandono a que foram submetidos pela administração da capital espanhola, os profissionais da saúde e da educação de Madri se somaram, na sexta-feira (26), e paralisaram novamente as atividades em defesa do reajuste salarial, da diminuição da jornada e de melhorias nas condições de trabalho.

Durante a terceira jornada da greve geral – as duas anteriores ocorreram em 19 de abril e 8 de maio – as entidades condenaram a lógica do desmonte administrativo. Em nome dos 54 mil professores das escolas públicas de Madri, a sindicalista Isabel Galvín denunciou que os cortes aplicados “lá atrás”, em 2011, no auge da crise econômica, ainda não foram revertidos, permanecendo um quadro insustentável de asfixia e descompromisso com o setor.

A necessidade de uma injeção de recursos para a defesa dos “pilares do Estado de bem-estar social” ganhou a solidariedade da Federação de Pais e Mães de Alunos da Comunidade de Madri (FAPA) Francisco Giner de los Ríos, que agrupa mil associações. No caso dos professores, a reivindicação é que a jornada seja reduzida das 25 horas em classe para as turmas infantis e de primária, e 20 horas em secundária, para 23 e 18 horas respectivamente. A medida é considerada fundamental por especialistas e educadores como essencial para um melhor atendimento.

Manifestantes também alertaram que, desde fevereiro, a Secretaria de Saúde da Comunidade de Madri não senta para negociar com a categoria, composta por 78 mil profissionais, nem mesmo sobre a jornada de trabalho que tomou abruptamente de assalto. “A Secretaria de Saúde de Madri é a única que não devolveu as 35 horas semanais aos seus trabalhadores, assim como é a Comunidade Autônoma que tem os salários mais baixos de todo o país”, condenou Mariano Martin, representante da Confederação Sindical das Comissões Operárias (CCOO).

A CCOO, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Coalizão Sindical Independente de Trabalhadores – União Profissional (CSIT) são as três principais entidades espanholas que coordenam o movimento.

Fonte: Papiro