Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa | Foto: Phill Magakoe/AFP

O presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa, afirmou que viajará, acompanhado com outros cinco chefes de Estado do continente, em junho próximo, para a Rússia e para a Ucrânia, com o objetivo de contribuir para encontrar uma solução diplomática para o conflito ucraniano mediando conversações de paz, informou a Corporação Sul-Africana de Radiodifusão (SABC), na quarta-feira (17).

“O governo sul-africano sente-se encorajado pela maneira como os líderes da Rússia e da Ucrânia acolheram a iniciativa e concordaram imediatamente em receber os chefes de estado africanos em Moscou e Kiev”, assinala o comunicado apresentando as conversas telefônicas que teve com Putin e Zelensky através de telefonemas separados.

A delegação estará integrada por Ramaphosa e os presidentes da Zâmbia, Senegal, República do Congo, Uganda e Egito.

O presidente sul-africano afirmou que mantém regularmente conversas telefônicas com Putin e que em uma delas, na última sexta-feira, ele reiterou a importância de uma resolução pacífica da crise.

Da mesma forma, Ramaphosa rejeitou as alegações de Washington sobre um suposto apoio militar das Forças Armadas sul-africanas a Moscou, enfatizando que sua relação com o governo russo e recente conversa com Putin não tem nada a ver com essa acusação.

Segundo ele, durante a ligação foram discutidos os preparativos para importantes reuniões multilaterais, como a segunda cúpula Rússia-África, que acontecerá em São Petersburgo no final de julho, e a próxima reunião do BRICS, marcada para agosto, em Joanesburgo.

INICIATIVA PARTILHADA COM A ONU

“No início de junho, os seis chefes de Estado se trasladarão para as duas capitais para participar do papel de facilitador e pelo menos chegar a um cessar-fogo”, frisou o diretor-geral do Departamento de Relações Internacionais e Cooperação, Zane Dangor, perante uma comissão parlamentar depois do presidente sul-africano ter manifestado na véspera a sua disponibilidade para mediar as negociações.

O alto funcionário sul-africano sublinhou que esta iniciativa “foi partilhada com o Secretário-Geral das Nações Unidas, que manifestou o seu apoio e também vamos interagir com outros atores, incluindo os EUA”.

O governo sul-africano também manifestou sua preocupação com o impacto do conflito na “crescente insegurança alimentar da África, com o aumento do custo de grãos e fertilizantes”, declarou Dangor.

Fonte: Papiro