Silveira e Prates | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a reaquisição de ativos pela Petrobrás e citou uma possibilidade de recompra da refinaria Mataripe, sediada na cidade de São Francisco do Conde e privatizada na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Aqui na Bahia tem essa peculiaridade, a maior refinaria da Bahia foi vendida ao capital privado. Eu, particularmente, se depender do ministro das Minas e Energia, da sua vontade como cidadão brasileiro, mas apaixonado pela Bahia, essa refinaria deveria voltar a ser da Petrobrás”, afirmou o ministro.

As declarações foram dadas em entrevista à imprensa em Salvador, onde o ministro participou na quinta-feira (18) de uma mesa no Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade. A refinaria de Mataripe foi privatizada pela Petrobrás em dezembro de 2021 por R$ 10,1 bilhões e atualmente é gerida pela Acelen, do fundo árabe Mubadala Capital.

O ministro chamou de irresponsável o projeto de desinvestimento na Petrobrás conduzido pela gestão Bolsonaro. Ele disse que o governo vai trabalhar para que o país volte a ser autossustentável na produção de combustíveis e admitiu a possibilidade de o governo readquirir ativos.

“Vamos trabalhar para modernizar as atuais refinarias e, se possível, até se discutir -e é algo que se inicia embrionariamente – a gente […] readquirir alguns ativos que são fundamentais e estratégicos na questão dos combustíveis”, afirmou o ministro.

A Petrobrás divulgou, na terça (16), sua nova política de preços de combustíveis, em substituição ao PPI (preço de paridade de importação), que definia reajustes da gasolina e do diesel com base em simulações sobre o custo de importação dos produtos.

O novo modelo deixa de considerar o custo de importação e mira a busca por clientes e o custo de oportunidade de venda dos produtos, como já vinha sinalizando o presidente da estatal, Jean Paul Prates. A expectativa é que contribua para reduzir os preços no país.

A Acelen criticou a nova política da Petrobrás por não trazer, segundo ela, “informações suficientemente claras” para garantir previsibilidade dos preços de combustíveis. Ela defende que a Petrobrás lhe venda petróleo com preços subsidiados. Ela argumenta que as mudanças “tendem a afastar novos investidores e investimentos”.

A empresa defendeu que o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) acompanhe as variações de preços e garanta “condições isonômicas de acesso ao petróleo brasileiro pelas refinarias privadas, preservando a competitividade e a sustentabilidade do setor.” A Petrobrás rebateu a Acelen dizendo que não tem nenhuma obrigação de subsidiar empresas concorrentes.

Fonte: Página 8