A popularidade do governo Lula está em viés de alta, aponta a nova pesquisa do instituto MDA, contratada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e divulgada na terça-feira (16). Às voltas com os primeiros meses de seu terceiro mandato no Planalto, o presidente ainda está distante dos índices de aprovação que conquistou no início de suas gestões anteriores. Mas o conjunto da pesquisa é favorável a Lula em ao menos três aspectos.

Conforme o levantamento, 43,1% dos brasileiros aprovam o governo, 24,6% o desaprovam e 28,3% o consideram regular. Os números de Lula 3 podem despertar a saudade de quem viveu sob Lula 1 e Lula 2 – a avaliação positiva do petista era de 45% em 2003 e 50% em 2007.

Ainda assim, o índice atual já supera o melhor desempenho que Jair Bolsonaro conquistou em ao longo de quatro anos de mandato. Em outubro de 2020, impulsionado pelo pagamento do auxílio emergencial, o ex-presidente alcançou 41% de aprovação.

Este é o primeiro aspecto a destacar: mesmo com a polarização política, os golpistas à solta, a base de apoio frágil no Congresso e uma economia sufocada pelos juros altos, Lula rompeu uma barreira simbólica logo na primeira pesquisa sobre seu governo. Se a economia melhorar e o governo entregar as promessas de campanha, o apoio popular crescerá inevitavelmente.

Um segundo aspecto importante é a comparação direta entre o presidente e seu antecessor. Para 46,4% dos entrevistados, a gestão Lula, até aqui, está sendo melhor do que o governo Bolsonaro. Outros 26,7% julgam que a gestão anda pior e 22,0% acreditam que está tudo igual. Novamente, vale a lógica: futuras entregas do governo tendem a deixar esse confronto ainda mais promissor para Lula, o que pode impactar tanto na correlação de forças no Congresso quanto nos acertos eleitorais para 2024.

O terceiro aspecto, e o mais importante dos três, é que o governo Lula começou a rachar, ainda que de modo incipiente, a base bolsonarista. Conforme notou Matheus Leitão, colunista da Veja, “Lula tem conseguido a aprovação de eleitores que tendem a votar em políticos mais à direita do espectro político”. Com isso, “Bolsonaro pode estar encolhendo de tamanho, mantendo fiéis apenas os eleitores mais radicais”.

Na avaliação do desempenho pessoal de Lula na Presidência, 57,4% aprovam e 34,8% desaprovam, ao passo que 7,8% não souberam ou não quiseram responder. Quando perguntados se algumas áreas vão melhorar, piorar ou ficar igual, o otimismo prevalece: 45,1% preveem avanços na geração de empregos, 43,1% na educação e 40,9% na saúde. Os pessimistas representam, respectivamente, 21,4%, 18,6% e 18,3%.

A pesquisa MDA/CNT ouviu 2.002 pessoas, em todas as regiões do Brasil, de 11 a 14 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.