Governo já garantiu R$ 130 bi a mais de receitas em 2024
O mercado – para variar – considera a projeção otimista. Mas o governo Lula estima que as medidas lideradas pelo Ministério da Fazenda já garantiram ao menos R$ 130 bilhões a mais arrecadação da União em 2024.
A conta leva em consideração apenas recursos já aprovados ou pelo Congresso Nacional ou pelo Poder Judiciário. O valor ainda pode crescer – calcula-se que a reoneração dos combustíveis, por si só, pode resultar injetar mais R$ 60 bilhões nos cofres públicos.
Mesmo que o montante não se expanda – e mesmo com as restrições do novo arcabouço fiscal –, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que já é mais viável cumprir a promessa de zerar o déficit público também no ano que vem.
Conforme o mercado, a contrapartida a essas previsões é o anúncio de uma série de iniciativas do governo que abrem mão de recursos. É o caso da revisão da tabela do imposto de renda e das novas isenções para o setor automotivo.
Essa lógica, porém, esconde o fato de que a União também pode ter novas fontes de arrecadação. Nesta segunda-feira (29), por exemplo, Haddad disse que o governo formará um grupo de trabalho para “consolidar” e “reprogramar” a dívida da Venezuela junto ao Brasil – de US$ 722 milhões.
Receios à parte, “um executivo graduado de um grande banco brasileiro”, ouvido em off pela revista Veja, não poupava elogios ao ministro da Fazenda. “Haddad faz um trabalho magistral”, disse “reservadamente” o executivo. “Primeiro, ele arrumou a casa, com um arcabouço adequado. Agora ele começou a falar sobre trazer investimentos estrangeiros. É uma transição gradual do discurso.”
Na visão da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, as metas divulgadas por Haddad são “ambiciosas”, mas críveis. “Brinquei já com o ministro Haddad falando assim: ‘Olha, nós estamos aqui para lhe apoiar – mas você sabe que você jogou uma granada sem pino no seu colo, né?’.”