Uma das vítimas foi atingida dentro de um carro no local dos tiros | Foto: Jon Austria/Albuquerque Journal

Um jovem de 18 anos com pelo menos três armas, entre elas um “rifle estilo AR”, saiu às ruas de Farmington, pequena comunidade dos Estados Unidos, atirando a esmo em carros, casas e pessoas, matando três e ferindo outras seis, incluindo dois policiais antes de ser morto.

Segundo as autoridades, os mais de 50 disparos iniciaram por volta das 11 horas de segunda-feira (16), na cidade-dormitório de 46 mil pessoas, próxima a Four Corners – onde o Novo México, Arizona, Utah e Colorado se encontram.

Conforme a organização Gun Violence Archive, crimes com armas de fogo – inclusive de grosso calibre – têm sido cada vez mais frequentes nos EUA, tendo sido registrados somente neste ano mais de 220 “tiroteios em massa”, com ao menos quatro vítimas.

De acordo com o chefe de polícia de Farmington, Steve Hebbe, as autoridades começaram a receber relatos de tiros por volta das 10h57 e três minutos depois o atirador já havia sido morto. “Foi um dos dias mais horríveis e difíceis que a comunidade já passou”, relatou. Inicialmente, esclareceu, se pensou que poderia haver um segundo atirador e as escolas foram fechadas “porque não sabíamos onde outros suspeitos poderiam estar”.

Um policial de Farmington foi baleado e levado para o hospital, onde foi tratado e liberado, enquanto um policial estadual, também baleado, permanece internado.

Questionado sobre os motivos do ataque, o chefe de polícia disse que “parece ser puramente aleatório, pois não havia escolas, igrejas e nenhum indivíduo visado”. Durante o evento, assinalou Hebbe, “pelo menos seis casas e três carros foram alvejados, pois o sujeito atirou aleatoriamente em tudo o que viu”.

“VIOLÊNCIA ARMADA DESTRÓI VIDAS”

A governadora Michelle Lujan Grisham afirmou que estava orando pelas famílias das vítimas e que a chacina “serve como mais um lembrete de como a violência armada destrói vidas em nosso estado e país todos os dias”. Para o prefeito Nate Duckett, o tiroteio “nos deixou tropeçando na angústia e na descrença”.

Aparador de árvores, Joseph Robledo, contou que correu para casa assim que soube que sua esposa e a filha de um ano haviam se abrigado na lavanderia quando ouviram os tiros. Uma bala atravessou a janela e o quarto da filha, sem atingir ninguém, e o carro da família foi perfurado por balas.

Robledo pulou uma cerca para entrar pela porta dos fundos. Na frente, ele encontrou uma mulher mais velha na rua que havia sido ferida enquanto passava de carro. “Saí para ver porque a senhora estava caída na estrada e para descobrir o que diabos estava acontecendo”, informou.

O professor do ensino médio Nick Akins, descreveu o local como um ótimo lugar para se viver, com “ótimos vizinhos e aluguéis”. “Você nunca pensa que vai acontecer aqui e, de repente, em uma pequena cidade, isso chega aqui” apontou.

“Hoje, a violência armada tirou a vida de nossos idosos, feriu dois policiais e paralisou de medo a pequena comunidade de Farmington”, disse a deputada americana Teresa Leger Fernandez, do Partido Democrata, acrescentando que “nosso lindo Novo México não está imune aos tiroteios em massa que ocorrem em todo o país, todos os dias”.

No país, a quantidade de armamentos ultrapassa o número de pessoas, enquanto as tentativas de reduzir a sua proliferação encontram forte resistência da indústria bélica e da mídia.

Fonte: Papiro