Coronel Erasmo Dias. Foto: Divulgação/Libelu-Abaixo a Ditadura

Nove centrais sindicais e a União Nacional dos Estudantes (UNE) emitiram nota conjunta na qual pedem ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que vete homenagem, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo, ao coronel Erasmo Dias, um dos principais nomes da ditadura militar. 

O projeto de lei, apresentado pelo deputado bolsonarista Frederico D’Avila (PL), batiza com o nome do coronel um viaduto na cidade de Paraguaçu Paulista, onde Dias nasceu. A matéria foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Alesp na quarta-feira (24) e, por ter caráter terminativo, segue agora à sanção ou veto do governador. 

Na nota, emitida no sábado (27), as entidades classificam a homenagem como “inadmissível”, ressaltando a personalidade “reconhecidamente autoritária, violenta e antidemocrática” de Erasmo Dias.

O documento segue apontando que “além de comandar a invasão na PUC, em 1977, em repressão ao movimento estudantil, fato que lhe deu a justa fama de facínora, Erasmo Dias também, em 1964, quando comandante do Forte Itaipú, na Baixada Santistas, prendeu sindicalistas como petroleiros, portuários e estivadores, aprisionando todos no navio Raul Soares, o navio prisão”. 

As entidades salientam, ainda, que tais arbitrariedades não podem ser esquecidas e que “o Brasil precisa aprender com sua história para não repetir períodos de retrocesso e obscurantismo”. 

A nota é assinada por Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores); Miguel Torres, Presidente da Força Sindical; Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores); Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores); Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros); Atnágoras Lopes, Secretário Executivo Nacional da CSP-Conlutas; Nilza Pereira, secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora; José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor e Bruna Brelaz, presidente da UNE, (União Nacional dos Estudantes).