Xi Jinping no encontro com Mikhail Mishustin | Foto: AFP

No encontro em Pequim, os líderes da Rússia e China detalharam aspectos de desenvolvimento de relações como de novo tipo entre duas potências, baseadas no respeito mútuo, confiança e benefício mútuo.

A delegação russa incluía autoridades e dirigentes de empresas estatais.

Em Xangai, o premiê russo participou em um fórum empresarial bilateral e, na capital chinesa, se reuniu com o presidente Xi e com seu homólogo chinês, Li Qiang. Como registrou a agência de notícias TASS, um dos objetivos da visita foi dar a Mishustin a oportunidade de conhecer pessoalmente a nova equipe de liderança chinesa.

O presidente Xi transmitiu o firme compromisso da China em apoiar os principais interesses de Moscou e fortalecer as vias de cooperação existentes entre os dois lados para solidificar ainda mais o relacionamento bilateral. Tanto os entendimentos alcançados quanto os acordos assinados demonstraram a determinação da China e da Rússia de se concentrar no comércio, na conclusão de projetos e na promoção da prosperidade econômica. Ambos os lados procuraram elevar sua cooperação e parcerias estratégicas a novos patamares frente à pressão ocidental, projetos nefastos e política de bloco hostil ao desenvolvimento autônomo das nações.

Ele também enfatizou que Moscou e Pequim devem continuar explorando o potencial de sua parceria por meio do comércio e investimento, destacando a necessidade de ambos os países intensificarem seu trabalho conjunto em fóruns e organizações internacionais como a ONU, o BRICS, a Organização de Cooperação de Xangai e o G20.

Por sua vez, Mishustin afirmou que Moscou aprecia francamente seus laços de boa vizinhança com Pequim, de “particular importância em condições de crescente turbulência no cenário internacional”. Nos primeiros quatro meses de 2023, o comércio bilateral entre China e Rússia ficou em US$ 73,15 bilhões. Para o dirigente russo, o comércio bilateral tem potencial para chegar a US$ 200 bilhões em 2023, valor superior aos US$ 190 bilhões de 2022.

O ano de 2022 também testemunhou a China se tornar o maior consumidor de energia da Rússia, enquanto desde fevereiro do mesmo ano, a Rússia ultrapassou a Arábia Saudita para se tornar o maior fornecedor de petróleo bruto da China.

FÓRUM DA EURÁSIA

Em Moscou, teve início na quarta-feira (25), o Fórum Econômico da Eurásia, com os chefes de governo dos países da União Econômica Euro Asiática (EAEU), com a presença do russo Vladimir Putin, do bielorrusso Alexander Lukashenko, bem como o seu homólogo quirguiz, Sadyr Zhapárov, do presidente cazaque, Kasim-Yomart Tokaev, e do primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan.

Com 2.700 representantes de 50 países, o Fórum é realizado este ano sob o lema “Integração da Eurásia em um Mundo Multipolar”. Foi projetado para analisar maneiras pelas quais o BRICS, a EAEU e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) podem ser expandidos e possivelmente integrados. Fundada em 2015, a EAEU é composta pela Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Armênia.

Na abertura, Putin assinalou que “mudanças verdadeiramente profundas e fundamentais estão ocorrendo no cenário mundial” e chamou a convergência dos esforços da União Econômica Euro Asiática com a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) da China, para alcançar a Parceria da Grande Eurásia.

Por videoconferência, o presidente chinês Xi Jinping saudou o Fórum Econômico da Eurásia, destacando que é irresistível a tendência histórica em direção à multipolaridade e à globalização econômica, acrescentando que há amplo consenso da comunidade internacional em defender o multilateralismo genuíno e promover o desenvolvimento coordenado entre as regiões.

Em paralelo, uma cúpula sobre segurança com delegações de 101 países ocorreu também em Moscou, dirigida pelo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev.

Em sua mensagem de vídeo aos participantes da cúpula, o presidente Putin reiterou que a Rússia está pronta para cooperar com todos os Estados interessados ​​em lidar com ameaças comuns.

“Estou convencido de que juntos alcançaremos um mundo mais justo e multipolar. A ideologia do excepcionalismo, assim como o sistema neocolonial que permitiu a exploração dos recursos mundiais, inevitavelmente se tornarão uma coisa do passado. Apreciamos que a Rússia tenha muitos aliados e parceiros em diferentes regiões e continentes. Valorizamos sinceramente os laços historicamente fortes, de amizade ​​e verdadeiramente confiáveis ​​com os estados da Ásia, África e América Latina. E vamos fortalecê-los de todas as maneiras possíveis”, disse Putin.

Fonte: Papiro