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Desde 2004, 980 crianças e adolescentes foram resgatados em condições degradantes de trabalho, em todo o Brasil. Nesse conjunto, 377 eram menores de 16 anos e 603 tinham entre 16 e 18 anos. Os setores de cultivo de café e de criação de bovinos foram os que mais empregaram esse público, numa verdadeira afronta os direitos da criança e do adolescente. 

Ao menos 88 crianças foram resgatadas em trabalho análogo à escravidão no cultivo do café entre 2004 e 2022. 

Os dados foram obtidos junto ao Ministério do Trabalho e Emprego pelo UOL. Segundo a reportagem, de acordo com o governo, em geral, as crianças acabam sendo exploradas pela necessidade de acompanhar seus pais. 

“A criança que não está na escola é uma vítima potencial para o trabalho escravo na adolescência e na fase adulta”, explicou Maurício Krespy, chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo do MTE. 

Uma adolescente resgatada e ouvida pela reportagem declarou: “Acordava às 3h e começava a trabalhar às 4h30. Aí, eu ia até as 17h. Era um trabalho muito pesado, muito ruim. Eu ficava com medo de falar que estava com as mãos machucadas porque tinha que trabalhar de qualquer jeito”.

Conforme apurado, em situações de trabalho proibido ou de piores formas de trabalho infantil, o empregador é autuado pelos auditores fiscais do trabalho. Nesses casos, a infração pode ser convertida em multa. Caso seja constatado também trabalho análogo à escravidão, o empregador é autuado e pode ser multado. O nome da empresa poderá constar na Lista Suja do Trabalho Escravo.

Com informações do UOL

(PL)